Alentejo foi a região que melhor aguentou falta de turistas no Verão

Entre Julho e Setembro, o Alentejo viu os proveitos totais caírem 15%, com o encaixe a situar-se nos 64 milhões de euros. No sentido oposto está a Área Metropolitana de Lisboa, com queda de 79%, para 86,3 milhões.

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Alentejo, tal como o Algarve, assistiu a um crescimento do número de dormidas de residentes Miguel Manso

Com uma queda abrupta de turistas, principalmente estrangeiros, durante os meses do Verão, o sector do alojamento arrecadou menos 981 milhões de euros em termos homólogos, o que representa uma queda de 59%. Os dados fornecidos pelo INE esta segunda-feira (referentes a Setembro), permitem verificar que houve diferentes ritmos de perdas entre regiões, com o Alentejo a apresentar os resultados menos negativos.

Assim, entre Junho e Setembro esta região teve uma perda de 15%, com 64 milhões de euros, chegando a ultrapassar a Madeira e os Açores juntos. No sentido oposto está a Área Metropolitana de Lisboa, com uma diminuição de 79%, para 86,3 milhões. Seguem-se a Madeira (-76%, para 98 milhões), os Açores (-75%, para 12,7 milhões), o Norte (-55%, para 102,7 milhões), o Algarve (-51, para 324 milhões, com destaque para Agosto) e o centro (-39%, para 81,5 milhões).

Ao todo, o encaixe foi de 693,3 milhões de euros, com Setembro a representar 204,7 milhões de euros (acima do valor registado em Julho).  

De acordo com dados do INE, que não incluem o segmento de alojamento local com menos de 10 camas, no terceiro trimestre as dormidas totais diminuíram 55,7% (-12,0% nos residentes e -76,3% nos não residentes), depois de no trimestre anterior terem recuado 92,5%.  

Olhando apenas para o mês de Setembro no Algarve e no Alentejo houve mesmo um crescimento, em termos homólogos, do número de dormidas de residentes, com subidas de 10,1% e de 3,9%, respectivamente.

No caso dos estrangeiros, a queda até teria sido maior caso o Reino Unido – principal mercado emissor – não tivesse, entre 22 de Agosto e 12 de Setembro, colocado Portugal na lista de destino seguros (sem obrigatoriedade de quarentena).  

“A abertura do corredor aéreo com Portugal terá contribuído para a recuperação que se verificou em Agosto e Setembro, meses em que se registaram diminuições de 79,9% e 70,7%, respectivamente, das dormidas de residentes no Reino Unido, depois de quatro meses com diminuições sempre superiores a 90%”, destaca o INE.

Naquele que é o último mês do Verão, 24% dos estabelecimentos de alojamento turístico “estiveram encerrados ou não registaram movimento de hóspedes”, de acordo com o INE.

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