Os Democratas viraram à esquerda? Ou apenas evoluíram?

A pandemia acelerou as grandes tendências que agitavam um mundo já em profunda transformação, que questiona o papel da América perante a emergência de uma nova superpotência rival. Uma nova geração que está a emergir no Partido Democrata terá de receber a herança de Obama e adaptá-la a estes novos desafios.

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Joe Biden, Bernie Sanders, Elizabeth Warren e Pete Buttigieg num dos debates das primárias do Partido Democrata AARON JOSEFCZYK/Reuters

1. Coube a Bill Clinton levar a cabo o aggiornamento do Partido Democrata, acertando o relógio pela hora da pós-revolução conservadora de Reagan e Thatcher nos anos 1980. Tirou o mais velho partido político americano do seu enquistamento no “grande governo”, depois de Reagan ter anunciado que “o governo era o problema”. Anunciou uma visão diferente do Estado social, que se tinha perdido em alguns excessos. Fundou os “Novos Democratas”. Como quase sempre acontece, a corrente da “terceira via” que, em finais da década de 1990, haveria de influenciar os partidos de centro-esquerda europeus a partir de Londres e de Tony Blair, nasceu do lado de lá do Atlântico e consolidou-se através da parceria política entre o Presidente americano e o primeiro-ministro britânico. Nunca como então, nos dois lados do Atlântico Norte, a social-democracia pareceu tão forte e tão prometedora.

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