As tensões entre Harry e William vêm desde os anos 2000

O historiador Robert Lacey lança a 15 de Outubro o livro Battle of Brothers com enfoque nos conflitos entre os dois príncipes.

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Os irmãos e respectivas mulheres numa cerimónia, em 2018 Reuters
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Quando Carlos e Diana ainda estavam juntos Reuters
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Os príncipes com a mãe, Diana Reuters
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Carlos e os filhos na neve Reuters
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Carlos tem procurado que os filhos não se afastem Reuters

As relações entre os membros da família real britânica continuam a dar pano para mangas, isto é, para livros e desta vez os príncipes Harry e William estão no centro da polémica. Segundo Battle of Brothers do historiador Robert Lacey, as fracturas na relação entre os irmãos — que se teriam aproximado depois da morte da mãe, a princesa Diana em 1997 — afinal remontam ao início dos anos 2000.

Enquanto William é conhecido por ter uma postura mais reservada, o contrário acontece com Harry e, de acordo com o historiador, poderá ter sido a forma como essas facetas são transmitidas ao público que poderá ter feito “estalar o verniz” entre os dois irmãos.

O livro reporta que foi William que apresentou os amigos mais festivos a Harry quando este chegou a Eton, a escola onde ingressam os membros masculinos da família real. Ambos estariam presentes na loja onde Harry escolheu o disfarce de general nazi que desencadeou uma polémica em 2005. “Pela primeira vez, a relação entre eles sofreu verdadeiramente e mal se falavam”, afirma no livro um funcionário da coroa sobre as repercussões desse momento nos media, depois de terem sido publicadas as fotografias do príncipe com aquele disfarce. Nessa altura, “Harry ficou ressentido com o facto de William se ter safado tão facilmente”.

De acordo com Lacey, as percepções sobre cada um dos irmãos levaram a que a relação se deteriorar-se, motivadas pelos papéis tradicionais em que, explica o autor, “era a função do irmão mais velho [William] ser perfeito aos olhos do público, quer fosse verdadeiramente ou não”, enquanto seria “a função do irmão mais novo [Harry] fazer as pessoas rir”.

Já em Novembro de 2018, começaram a ser reportadas tensões entre Harry e William que estariam relacionadas com os planos de Harry se mudar, juntamente com Meghan Markle, do palácio de Kensington para uma nova casa em Windsor. Segundo o livro, o irmão mais novo sentiu que o mais velho não o estaria a apoiar no relacionamento com a ex-actriz norte-americana e as divergências só sararam quando o príncipe Carlos se colocou entre ambos e “pediu a William para que fizesse um esforço”.

“William estava preocupado que o irmão estivesse a avançar demasiado depressa no seu relacionamento e não deixou de dizer o que pensava quando Harry começou a falar sobre casar com Meghan”, admite Lacey.

Em contraste estaria o próprio casamento de William com Kate, relação que o príncipe terá conduzido como “uma audição para aquele trabalho" no seio da monarquia “durante tantos anos”. Assim sendo, ter-se-á instalado a dúvida em Harry se o irmão estaria realmente preocupado com a sua felicidade ou se estaria “mais uma vez e como de costume, a pensar nas fortunas da ‘firma’ da qual se tornaria patrão um dia?”, questiona-se no livro. “A resposta de Harry foi brusca e ofereceu resistência”, escreve Lacey.

“Temos aqui dois irmãos que se amam profundamente, mas que já não se conseguem dar tão bem devido a disputas quanto àquilo que importa imensamente para cada um deles”, considera o historiador. Para William, continua, “isso é o futuro da monarquia, o seu tema sagrado”, enquanto o que mais importa para Harry “é o amor pela mulher mais complexa e cativante que conseguiu finalmente dar sentido à sua vida”.

Nos excertos publicados do livro que chega às livrarias a 15 de Outubro, Lacey sublinha que William tem a reputação entre a família de ser muito temperamental, o que terá causado particular surpresa a Camila, duquesa de Cornwall, quando casou com Carlos em 2005, tornando-se madrasta dos irmãos. Então, ficou “horrorizada” pelas vezes que este se mostrava “furioso” com o pai.

Menos de um ano depois de se mudarem para Windsor, Harry e Meghan decidiram deixar para trás os seus papéis na família real e mudaram-se para a Califórnia. O autor do livro considera essa decisão um risco para o futuro da monarquia e acredita que William teve um papel mais interventivo nessa decisão do que se pensa.

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