Lori Loughlin e o marido vão cumprir pena de prisão devido ao escândalo de admissões à universidade

A actriz norte-americana e o marido enfrentavam acusações de fraude, depois de se envolverem num esquema que garantiria lugares nas melhores universidades dos EUA para as suas filhas. Agora foram sentenciados a pena efectiva de prisão.

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Lori Loughlin e Mossimo Giannulli fazem parte de um grande esquema universitário que daria às suas filhas lugares nas melhores universidades Reuters/BRIAN SNYDER

A actriz norte-americana Lori Loughlin, conhecida pelo seu papel na série de comédia Que Família!, e o seu marido admitiram em Maio ter participado num esquema de fraude a uma grande escala relacionado com admissões às universidades norte-americanas, que lhes garantia lugares para as suas filhas. Na passada sexta-feira foi conhecida a sentença: dois meses de prisão efectiva para Lori Loughlin e cinco meses de prisão efectiva para o marido, Mossimo Giannulli. O casal terá de se apresentar a 19 de Novembro.

Loughlin e o marido, o designer Mossimo Giannulli, estão entre as 55 pessoas acusadas de fazerem parte de um esquema no qual, através de subornos e fraude, pais com forte poder económico conspiraram com um consultor de candidaturas de uma universidade do estado da Califórnia para assegurar que os seus filhos teriam uma vaga nos estabelecimentos de ensino superior de topo.

O casal refutou qualquer acusação desde que o escândalo surgiu em 2019, mas confessaram em Maio ter pagado 500 mil dólares (cerca de 424 mil euros) como parte do esquema, que envolve William “Rick” Singer, o consultor. “O crime que Giannulli e Loughlin cometeram é grave. Ao longo de dois anos, envolveram-se duas vezes no esquema fraudulento de Singer. Envolveram ambas as filhas na fraude, instruindo-as a posarem para fotografias encenadas para serem utilizadas em perfis atléticos falsos e explicando a uma delas como esconder o esquema do seu orientador do secundário”, refere a documentação entregue ao tribunal, citada pela CNN.

Os advogados de acusação alegaram que Giannulli era a parte do casal mais activa no esquema, e, como tal, pediram que fosse sentenciado a cinco meses de prisão efectiva, a pagar uma multa de 250 mil dólares (cerca de 212 mil euros) e a fazer 250 horas de serviço comunitário. Já Loughlin incorria em dois meses de prisão efectiva, no pagamento de 150 mil dólares (cerca de 127 mil euros) de multa e 100 horas de serviço comunitário. O juiz Nathaniel Gorton declarou que o casal terá de cumprir pena efectiva de prisão, com as restantes condicionantes incluídas. “Só podemos esperar que passe o resto da sua encantadora vida, como disse que o faria, a compensar o sistema [de ensino superior]”, disse o juiz, citado pela Reuters.

A actriz, que se tornou na cara do escândalo, disse que compreendia que as suas acções “ajudaram a exacerbar as desigualdades existentes na sociedade em geral e no sistema de ensino superior em particular”, cita a Reuters. “Peço sentidas desculpas. Preciso de enfrentar as consequências e compensar.” 

Também a actriz Felicity Huffman, igualmente envolvida no esquema, foi sentenciada em 2019 a 14 dias de prisão, 250 horas de serviço comunitário, ao pagamento de 30 mil dólares (cerca de 25 mil euros) de multa e um ano de pena suspensa.


Notícia actualizada às 10h58, de dia 24/08/2020, com a confirmação da sentença do casal.

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