Líder do CDS não foi à AR e critica poder político que tenta justificar o injustificável
Francisco Rodrigues dos Santos gravou uma mensagem em vídeo, a partir de casa, onde está em confinamento como milhões de portugueses.
O presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, defendeu neste sábado que o “poder político” não pode “tentar justificar o injustificável”, mantendo as críticas à realização da sessão solene do 25 de Abril no Parlamento, na qual não participou.
Numa declaração gravada a partir de sua casa e divulgada à comunicação social, Rodrigues dos Santos defendeu que o CDS-PP “foi coerente” ao discordar desde o início do modelo da cerimónia e elogiou o líder parlamentar, Telmo Correia, por ter “protestado solenemente” contra uma decisão que, na opinião dos centristas, “dividiu os portugueses”.
“O poder político tem de dar o exemplo ao país, não pode tentar justificar o injustificável, muito menos autorizar para si aquilo que proíbe aos portugueses”, criticou, confirmando que se manteve em casa. “Como prometi aos portugueses, hoje estou confinado em casa como é pedido a todos nós.”
O líder do CDS-PP apelou a que o Parlamento “trabalhe intensamente para apoiar todos aqueles que estão oprimidos por este vírus ditador a recuperarem a sua liberdade”.
“Falo da liberdade dos que ficaram desempregados, dos que perderam rendimentos, dos que estão prestes fechar as suas empresas e os seus negócios, do comerciante, do dentista, do barbeiro, do advogado, e dos que não podem abraçar os seus filhos, pais e avós”, disse.
Na sessão solene no Parlamento, à qual Francisco Rodrigues dos Santos faltou por opção, o Presidente da República defendeu que a sessão comemorativa do 25 de Abril é “um bom e não um mau exemplo" e que seria “civicamente vergonhoso” o Parlamento demitir-se agora de exercer todos os seus poderes.
Nas últimas semanas, cresceu a polémica à volta do modelo de comemorações do 25 de Abril, quer dentro do Parlamento - CDS e Chega foram contra, PAN e Iniciativa Liberal defenderam outros formatos - e fora dele, com duas petições “online”, uma pelo cancelamento e outra a favor da sessão solene, a juntarem centenas de milhares de assinaturas.
Devido à pandemia de covid-19, a sessão solene contou com a presença quatro membros do Governo, cerca de duas dezenas de convidados, e de 46 deputados, e não um terço como estava previamente acordado.
