Covid-19: deputados moçambicanos descontam três dias de salário para combate à doença

O salário mensal mais baixo no parlamento moçambicano é de 65.000 meticais (cerca de 887 euros) e o mais alto ultrapassa 100.000 meticais (aproximadamente 1364 euros).

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Costureiras locais têm feito máscaras de pano para evitar a propagação do novo coronavírus LUSA/RICARDO FRANCO

Os 250 deputados da Assembleia da República (AR) de Moçambique vão descontar três dias de salário para o apoio a acções de combate à covid-19 no país, anunciou esta quarta-feira a presidente do órgão, Esperança Bias. A presidente do parlamento não deu pormenores sobre a doação dos deputados.

A responsável divulgou a decisão durante a reunião plenária da AR que debate hoje e na quinta-feira as propostas do Plano Económico e Social (PES) e do Orçamento do Estado (OE).

O salário mensal mais baixo no parlamento moçambicano é de 65.000 meticais (cerca de 887 euros) e o mais alto ultrapassa 100.000 meticais (aproximadamente 1364 euros).

Ainda na sessão de hoje, a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder e com maioria na AR, anunciou que vai doar 650.000 meticais (8871 euros) para ajudar na luta contra a covid-19 no país.

A Frelimo controla 184 assentos na AR, seguida da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da oposição, com 60 lugares, e pelo Movimento Democrático de Moçambique (MDM), com seis deputados.

O número de casos de infecção pelo novo coronavírus oficialmente registado em Moçambique subiu de 21 para 28, anunciou na terça-feira o Ministério da Saúde.

O número de mortes provocadas pela covid-19 em África subiu para 874 nas últimas horas com mais de 16 mil casos registados em 52 países, de acordo com a mais recente actualização dos dados da pandemia naquele continente.

Outros países tiveram medidas semelhantes para apoiar a luta à covid-19, como é o caso da Nova Zelândia, onde os elementos do Governo vão doar 20% do salário nos próximos seis meses.

Também em Singapura, em Fevereiro, o primeiro-ministro e a equipa doaram um mês de salário do primeiro-ministro e equipa, enquanto o primeiro-ministro da Tailândia, anunciou em Março a doação de um mês de ordenado, no valor de cerca de 2500 euros. Já este mês, o Presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, indicou que ia apoiar os esforços contra o novo coronavírus com o valor de um salário, de 7100 euros.

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