Um líder da oposição em tempo de pandemia

Ninguém esperava que as eleições internas decorressem num mundo que já não é o mesmo. Literalmente. Uma contenda que teria sido acompanhada com interesse pela opinião pública e pelas restantes forças politicas, desapareceu quase por completo sob a vaga incontrolável e incontornável da pandemia.

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1. Vale a pena recapitular. Nas eleições legislativas de Dezembro passado, convocadas por vontade do primeiro-ministro Boris Johnson, o Labour de Jeremy Corbyn sofreu uma humilhante derrota – a mais pesada desde 1935. Os conservadores apresentaram-se aos eleitores com um programa que não podia ser nem mais simples, nem mais claro: “Get Brexit done”. Os eleitores, fossem eles favoráveis ao “Leave” ou ao “Remain”, queriam acabar depressa como um longo período das suas vidas em que a saída do Reino Unido foi omnipresente. A vitória dos tories foi facilitada precisamente porque o Labour manteve sempre uma posição ambígua em relação ao “Brexit” – forçada pelas profundas divisões internas sobre o lugar da Grã-Bretanha na Europa –, o que o obrigou a tentar afastar-se o mais possível dessa questão central da vida politica britânica, oferecendo aos eleitores, em contrapartida, uma panóplia de promessas económicas e sociais – tão vastas e tão generosas que muita gente desconfiou.

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