O AveNew é um oásis de calma, jazz e cocktails no centro de Lisboa

A dois passos do Marquês de Pombal, o AveNew já soma clientes fiéis que, tal como os donos, adoram “a música, a noite, comer e beber bem”.

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A carta de cocktails do AveNew é extensa e com vários petiscos a acompanhar Nuno Ferreira Santos
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Os espectáculos começam às 20h, todas quartas e sábados Nuno Ferreira Santos
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Quatro amigos que "adoram a noite" juntaram-se para abrir o AveNew Nuno Ferreira Santos
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Fica na Rua Joaquim de António Aguiar, perto da Praça do Marquês de Pombal Nuno Ferreira Santos
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A ideia inicial era abrir um bar speakeasy Nuno Ferreira Santos
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Salvador Sobral já deu voz a um quarteto de jazz neste palco Nuno Ferreira Santos
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O AveNew abre às 18h, hora estratégica para relaxar depois do trabalho Nuno Ferreira Santos
M. Night Shyamalan
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O cocktail Le Marquis du Pombal permite-lhe criar a sua própria combinação Nuno Ferreira Santos

Ao fundo da rua está a estátua do Marquês de Pombal, cruzamos a porta e, antes mesmo de termos oportunidade de observar a decoração, há um cheiro que nos preenche o olfacto. Talvez fossem as chamuças vegan que nos chegam de seguida à mesa. Estamos no AveNew, o novo bar de música, cocktails e petiscos no coração de Lisboa.

Quatro sócios que adoram música, a noite, comer e beber bem” abriram um bar em Lisboa, diz Celso Barreto, que deixou a advocacia para se juntar a Dudu Menna Barreto, Ricardo Souza e Sérgio Beck. Assim nasceu, em Dezembro do ano passado, o AveNew, o sonho de quatro brasileiros.

A ideia inicial era abrir um speakeasy (bar secreto), mas o mercado imobiliário da capital não ajudou. Foi então que encontraram um espaço perto da Praça Marquês de Pombal. Onde antes se provavam sabores africanos, agora bebem-se cocktails ao som de jazz.

Um dos sócios, Ricardo Souza, é arquitecto e idealizou o espaço de dois andares. Juntos puseram mãos à obra e construíram tudo de raiz: desde os balcões para os bares à iluminação e pintura, sem descurar o palco para os espectáculos ao vivo. Quartas-feiras e sábados são dias de jazz, com a curadoria dos espectáculos a cargo de Camila D'Agostino Carnicelli. Sobem-se as escadas e no 1.º andar fica a sala de espectáculos do AveNew, com 46 lugares. Os concertos intimistas começam às 20h e custam entre os seis e os dez euros, consoante o artista.

Dois dedos de conversa ao som de jazz

É cedo e a sala de espectáculos ainda não abriu. No andar de baixo, está um grupo de amigas a partilhar alguns petiscos, enquanto bebericam cocktails. O AveNew abre às 18h, hora estratégica para relaxar depois do trabalho.

À nossa mesa chega um trio de patés, de truta, guacamole e chouriço. Celso Barreto recomenda para acompanhar o Floraison Vintage (dez euros), um cocktail guloso com Aperol, sumo de limão, espumante, hortelã e uma espuma de maracujá. Depois de beber, peça uma colher para comer o que resta no copo.

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Floraison Vintage Nuno Ferreira Santos

A lista de cocktails é extensa e não despreza os clássicos como o Mojito (nove euros), o Hemingway Daquiri (dez euros) ou Gibson Martini (dez euros). Para os mais criativos, o Le Marquis du Pombal é o ideal, já que lhe permite criar a sua própria combinação ou pedir ao barman que dê asas à imaginação. Alguns dos cocktails trazem uma surpresa: uma bola perfeita em gelo com uma flor no seu interior.

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O gelo de alguns cocktails traz uma surpresa: uma flor DR

“Comida boa” também é importante, garante Celso Barreto e, por isso, a lista de petiscos foi pensada ao pormenor. A tábua mista (15 euros), o Jazzpaccio, um carpaccio de novilho com salada de rúcula e tártaro de alcaparras (11 euros) ou Mary’s Little Lamb, lombinho de borrego com texturas de cogumelo (11 euros) são algumas das opções para partilhar. Qualquer um dos pratos pode ser pedido no 1.º andar ao som de jazz.

É isso que fazemos para a sobremesa: um trio de brigadeiros, ou não fossem brasileiros os donos do AveNew. No palco está o trio de jazz cubano Cícero Lee Trio. A plateia já costuma ter público fiel, conta Celso Barreto. “Diria que 60% são portugueses e 40% estrangeiros”, analisa o empresário. Os franceses que moram em Lisboa também fazem parte da clientela do bar.

Aqui a música é, tal como os fregueses, multinacional. Cubanos, brasileiros, argentinos e portugueses fazem a sua interpretação do jazz, uma paixão em comum para os quatro sócios. Não estranhe se encontrar Salvador Sobral a dar voz a um quarteto. O vencedor do Festival da Eurovisão está de regresso a 11 de Março, mas o espectáculo já está esgotado.

Para já, o jazz soa apenas às quartas e sábados. Celso Barreto conta-nos que o objectivo é tornar os concertos diários. Os artistas que queiram actuar no AveNew devem contactar a curadora Camila D'Agostino Carnicelli.

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A sala de espectáculos do AveNew recebe concertos de jazz às quartas-feiras e sábados Nuno Ferreira Santos

Na próxima quarta-feira, 4 de Março, o trio de piano Palheta Jazz vai prestar uma homenagem ao jazz “do antigamente”. No sábado seguinte, 7 de Março, Sílvia Nazário fará a sua interpretação do legado de Elis Regina, no mês em que a cantora brasileira completaria 75 anos.

Celso Barreto coordena a casa sozinho, por enquanto. Lisboa conquistou os quatro sócios, que fazem planos para se mudarem definitivamente para Portugal. “Já sou lisboeta”, brinca o empresário. Não nos engana. O sotaque adocicado já o havia denunciado há muito.

Texto editado por Sandra Silva Costa

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