Quim Torra anuncia eleições antecipadas na Catalunha

Presidente do governo regional confirma corte com a Esquerda Republicana da Catalunha e diz que falta “solidariedade e lealdade entre independentistas”.

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Quim Torra acusou a ERC de falta de solidariedade LUSA/QUIQUE GARCIA

O presidente do governo da Catalunha, Quim Torra, anunciou esta quarta-feira que as eleições na região vão ser antecipadas, numa data que só será revelada depois da aprovação do Orçamento.

“A legislatura deixa de ter caminho a percorrer se não mantém a união”, disse Torra numa comunicação feita ao fim da manhã desta quarta-feira.

“É imprescindível voltar a dar a palavra aos cidadãos. Devem ser eles a decidir novas maiorias.”

A decisão de marcar eleições antecipadas surge dois dias depois de se ter assistido a uma manifestação de falta de união no parlamento da Catalunha.

Na segunda-feira, Torra (JxC-Juntos pela Catalunha) negou-se a renunciar ao seu lugar de deputado, como exigido pelo Supremo Tribunal espanhol e pela Junta Eleitoral Central, pedindo ao presidente do parlamento, Roger Torrent (ERC-Esquerda Republicana da Catalunha), que desobedecesse aos dois órgãos do Estado espanhol, o que Torrent recusou.

Advertido pelo líder da assembleia de que o seu voto não seria contado caso apertasse o botão, o presidente catalão acabou por fazer com que o seu grupo parlamentar não participasse nas votações do dia.

O confronto entre o JxC e a ERC mereceu críticas de alguns dos condenados à prisão no processo sobre o referendo e a declaração unilateral de independência da Catalunha. Os ex-conselheiros Joaquim Forn e Jordi Turull criticaram as divisões no independentismo, num tempo que devia ser de unidade.

Esta quarta-feira, ao anunciar o regresso às mesas de voto, Quim Torra disse que “é preciso pôr o país e as suas necessidades acima de interesses partidários”.

“Se não encaramos os desafios com solidariedade e lealdade entre independentistas, a república vai-se afastando. Na segunda-feira, o consenso no independentismo não foi respeitado. A presidência do parlamento permitiu que a presidência da Generalitat ficasse dependente”, disse Quim Torra.

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