Evo Morales chega à Argentina e pede estatuto de refugiado

Após ter sido obrigado a deixar o poder pelas Forças Armadas bolivianas, ex-Presidente esteve no México como exilado político. Chegou esta quinta-feira à Argentina para estar mais perto da Bolívia e do seu partido.

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Chegada do político à Argentina LUSA/CARLOS GIROTTI / CTA / HANDOUT

O ex-Presidente da Bolívia, Evo Morales, aterrou esta quinta-feira na Argentina. Após ter estado no México durante um mês como exilado político, Morales rumou a Sul e requer agora o estatuto de refugiado. Foi o ministro dos Negócios Estrangeiros argentino, Felipe Solá, quem anunciou a chegada do ex-Presidente, adiantando que Morales “veio para ficar”.

Na semana passada, aquando de uma visita de Morales a Cuba, o jornal El País já avançava que a intenção do antigo líder boliviano seria fixar-se na Argentina, com a intenção de estar mais perto da Bolívia e manter um contacto mais frequente com o seu partido, o Movimento para o Socialismo.

O político boliviano usou o Twitter para justificar a mudança de país. “Há um mês, [quando] cheguei ao México, o nosso país irmão que me salvou a vida, estava triste e arrasado. Agora que vim para a Argentina para continuar a lutar pelos mais pobres, sinto-me forte e motivado. Obrigado ao México e à Argentina por todo o vosso apoio e solidariedade”, escreveu.

Morales foi forçado a abandonar o poder na Bolívia a 10 de Novembro, depois de as Forças Armadas terem exigido o seu afastamento como forma de colocar um ponto final à instabilidade vivida no país.

Após ter sido reeleito na primeira volta das eleições de Outubro, um relatório da Organização de Estados Americanos (OEA) apurou a existência de irregularidades durante a contagem dos votos. Esta conclusão motivou protestos diários, que culminaram em confrontos entre grupos pró-governamentais e os chamados grupos cívicos, próximos da oposição. Estes tumultos causaram a morte a manifestantes das duas facções, com associações humanitárias a denunciarem o urso de força excessiva das autoridades bolivianas, que chegaram a recorrer a armas de fogo para reprimir manifestações

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