Governador pede mais ambição na redução de crédito malparado

Carlos Costa diz que banca portuguesa tem de percorrer “a última milha” da limpeza que têm vindo a efectuar nos seus balanços, através da venda de carteiras de créditos problemáticos a fundos de investimento internacionais.

Foto
Miguel Manso

O governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, pediu esta sexta-feira aos bancos mais ambição na redução dos activos problemáticos, nomeadamente o crédito malparado, indo além dos planos que submeteram junto das autoridades.

“Têm de continuar a reduzir activos não produtivos (…), eu diria mesmo que os bancos deviam ser mais ambiciosos”, afirmou Carlos Costa na Money Conference, organizada em Lisboa pelo jornal Dinheiro Vivo e a rádio TSF.

O governador disse que não está em causa os esforços já feitos, mas considerou que a “última milha” deste percurso será “decisiva” para melhorar a confiança dos mercados nos bancos portugueses e melhorar a sua rentabilidade.

Os maiores bancos portugueses têm vindo a fazer grandes vendas de crédito malparado e imóveis com o objectivo de acelerar a sua diminuição, uma vez que estes activos penalizam muito o balanço dos bancos e o sistema bancário português ainda tem um valor acima da média europeia.

Entretanto, o Banco de Portugal vai lançar em breve uma consulta pública para novas regras que obrigarão os bancos a reforçar o controlo interno. O anúncio foi feito pelo governador do banco central na mesma conferência, referindo que em causa está uma nova regulamentação que revogará o aviso de 2008, adaptando as regras à luz da nova legislação europeia, numa altura em que aos maiores bancos são exigidas melhorias no governo interno, gestão do risco, recolha de dados, reporte e auditoria interna.

Segundo o governador, os bancos que não introduzam melhorias sentirão efeitos nas suas exigências de capital, ou seja, disse, “as exigências de capital reflectem as insuficiências de governance”.

Sugerir correcção
Comentar