Demolição do quiosque do Piorio motivada por projecto de segurança rodoviária

Autarquia revelou o “conceito” desenhado para a esquina da Avenida Rodrigues de Freitas com a Rua D. João IV. Naquela “zona de entrada” da cidade o quiosque atrapalharia o projecto de segurança rodoviária que câmara quer implementar

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Quiosque foi demolido em Outubro Nelson Garrido

O “projecto de segurança rodoviária” desenhado pela Câmara do Porto para a zona junto ao jardim de S. Lázaro e a Biblioteca Municipal obrigava à demolição do quiosque amarelo, que em 2016 se transformou num espaço de encontro, debate político e social e ponto de partida para visitas turísticas por um Porto fora do cartão-postal. A revelação da vereadora Cristina Pimentel, em resposta à socialista Maria João Castro, veio levantar o véu e eliminar algum mistério à volta do “conceito” que o executivo de Rui Moreira havia anunciado ter para ali, um “arranjo público” inconciliável com o quiosque.

Aquela geografia, explicou Cristina Pimentel, é uma “zona de entrada” na cidade e aquele eixo, na freguesia do Bonfim, será necessário quando as obras para a nova ponte de ligação a Vila Nova de Gaia avançarem.

Maria João Castro tinha lamentado a demolição do quiosque, concretizado em meados de Outubro, e elogiado a “casa” da The Worst Tours, que se “tornou conhecido na cidade e fora dela” como um espaço de “discussão política e artística e uma voz contra a cultura e política da Câmara do Porto”. Referindo que uma cidade cosmopolita se caracteriza, também, por ter projectos desses e que até o Partido Socialista foi alvo de várias críticas do quiosque do piorio, a vereadora disse ter dificuldade em imaginar um projecto que não pudesse conviver com um quiosque.

Rui Moreira recordou que a autarquia apoiou a Associação Simplesmente Notável, cedendo o espaço, mas considerou que tal não poderia eternizar-se. “Estes projectos devem ter um começo e um término”, disse. Argumentando que a dupla de arquitectos à frente da The Worst Tours, que continua a funcionar, pode concorrer a hastas públicas de outros quiosques, recordou a “legitimidade” da câmara para encerrar e demolir o quiosque dos anos 60. Outra estrutura do género naquela zona, informou, pode ser interessante integrada no jardim de S. Lázaro. Nada está definido ainda, mas a ideia agrada ao seu executivo.

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