Lidl exporta 148,5 milhões de euros em produtos portugueses num ano

Lidl Portugal serviu de “facilitadora” entre fornecedores portugueses e os restantes mercados onde a cadeia alimentar alemã está presente na Europa e EUA. No cabaz há pêra rocha, azeite, mas também broa de milho e piri-piri.

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Nuno Ferreira Santos

O grupo Lidl adquiriu, para vender em lojas da rede internacional fora de Portugal, produtos nacionais no valor de 148,5 milhões de euros no ano fiscal passado (iniciado em Fevereiro de 2018 e terminado em Março de 2019).

O valor, anunciou hoje Bruno Pereira, administrador de compras do Lidl Portugal, representa um crescimento de 48,5% face aos 100 milhões de euros exportados no ano fiscal antecedente e mais do dobro do montante global de produtos portugueses vendidos na rede da companhia Lidl fora de Portugal no ano fiscal de 2016/2017.

Em conferência de imprensa realizada esta manhã em Lisboa, Bruno Pereira – que não adiantou o valor adquirido pelo Lidl em Portugal a fornecedores locais – explicou que a retalhista alimentar do grupo Schwarz comprou a 86 fornecedores um total de 206 produtos diferentes para exportar.

Pela empresa Lidl Portugal não passam as aquisições das suas congéneres europeias ou norte-americana – “em nenhum produto somos centrais de compras” -  mas, explicou, a sucursal portuguesa serve de “facilitadora” da produção nacional à restante rede – quer através de sortido permanente, quer através de promoções esporádicas.

Os principais mercados são a Alemanha (no mercado de origem o grupo Lidl tem 3.000 lojas), França, Suíça e Luxemburgo. Mas incluem também o Reino Unido, onde a cadeia Lidl tem já 500 unidades operacionais e “acompanha com bastante atenção a situação” do “Brexit”.

Na sua maioria, os produtos em causa são marcas próprias Lidl. Com excepção do vinho, em que a marca da própria distribuidora perfez metade das vendas do vinho no último ano fiscal, que ascenderam a três milhões de garrafas para vários destinos, incluído EUA (vinho verde). Os restantes são marcas da produção, de todas as regiões vinícolas, garantiu o mesmo responsável.

No encontro hoje tido com os jornalistas, o administrador de compras do Lidl Portugal não segmentou as vendas (em mercados externos) de produtos portugueses (na rede da companhia de distribuições alimentar em todo o mundo) mas reconheceu que a pêra rocha é o produto mais exportado.

No total, incluindo todas as frutas e legumes, foram 15 mil toneladas vendidas a outros mercados onde o Lidl tem rede de retalho, o equivalente a 12,5 milhões de euros em bens comprados por sucursais não portuguesas do grupo alemão. E, daquele total, 10,8 mil toneladas foram de pêra rocha, 2,7 mil toneladas foram frutos vermelhos e 1,3 mil toneladas foram de couve coração produzidas em solo português.

Nos legumes, mas embalados, houve 24 países que receberam 18,06 milhões de embalagens, sobretudo leguminosas.

No azeite – através da parceria com a Sovena – foram vendidos para fora do país 24 milhões de litros de azeite, um crescimento de 9% face ao ano fiscal imediatamente anterior. No bacalhau, as 115 toneladas daquele peixe seco e salgado foram para destinos tão previsíveis como França, Suíça, Bélgica, devido o mercado tradicional de emigração portuguesa, como menos óbvios como Áustria e Suécia.

No sector alimentar, mas agora já com algum processamento industrial, destaque para as 800 mil embalagens de salgados (leia-se pastéis de bacalhau e rissóis de leitão congelados, entre outros), para 10 países europeus e EUA.

Houve também a venda para o exterior de 28 milhões de pães, como broa de milho, (o dobro face ao ano de 2016/2017), sobretudo para Espanha e Luxemburgo, e, pela primeira vez, a compra por outras sucursais do Lidl fora de Portugal de artigos de pastelaria.

Houve oito milhões de artigos de pastelaria vendidos no último ano fiscal, com a saída de 250 mil pastéis de nata enviados para “o mercado da saudade”, nomeadamente para o Luxemburgo. Foi também esse o destino, aliás, de um milhão de garrafas de piri-piri com origem em Portugal.

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