PAN: André Silva plantou um ulmeiro em Monchique em nome da biodiversidade

PAN quer “deseucaliptar Portugal”, apostar nas espécies autóctones e no turismo de natureza.

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André Silva (PAN) LUSA/LUÍS FORRA

Ana Nunes e Uwe Heitkamp, monchiquenses por escolha própria, ainda sofrem com o incêndio que durante sete dias consumiu, em Agosto do ano passado, meia Serra de Monchique. Ana, 66 anos, perdeu 200 sobreiros e sabe que já não vai ser durante a sua vida que vai poder colher rendimentos da sua parcela de floresta, depois disto. Mas nem um nem outro desarmaram e criaram a associação Monchique Alerta, cujo objectivo é angariar fundos, através de crowdfunding, para construir quatro grandes cisternas que ajudem a proteger a floresta.

Ana e Uwe (e Max, o cão deste) foram os guias da comitiva do PAN pela floresta de Monchique, para mostrarem a realidade local, um ano após o maior dos fogos, e falarem do futuro. Além dos grandes reservatórios de água, têm um projecto de reflorestação de mil árvores, de espécies diferentes e todas autóctones, uma espécie de jardim botânico florestal que sirva para preservar, promover e ensinar a biodiversidade. Eucalipto não entra. André Silva plantou um ulmeiro. 

Ambos têm uma convergência total de princípios com o PAN, embora o alemão ainda não vote nas legislativas. Ali, no sobreiral de Ana, entre um medronheiro e um castanheiro, André Silva afirmou que é preciso “deseucaliptar Portugal” e investir na plantação de espécies autóctones. O porta-voz do PAN criticou “o total desordenamento”, “a falta de regras” e o “deferimento tácito do eucalipto e pinheiro em propriedades inferiores a dois hectares, que são a maioria em Portugal”. “É esse paradigma que temos de alterar”, defendeu.

Uma das soluções apontadas é aumentar as áreas de reserva e protecção especial e “reforçar [essas zonas] com recursos humanos que as fiscalizem, protejam e façam a sua manutenção, com apoios do Estado”. “Isso vai criar novos postos de trabalho, trazer riqueza para o interior e atrair turismo de natureza, cada vez mais procurado”, defendeu.

Para isso defende a revisão dos planos regionais de ordenamento florestal para que o eucalipto deixe de ser “uma espécie prioritária e deixe de ter apoios públicos”.

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