Líder do PCP adverte que voto no PS não impede retrocesso no país

Jerónimo de Sousa critica a “insinuação” de pretender alterar lei da greve por parte do ministro adjunto e da Economia

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Jerónimo de Sousa participou em duas iniciativas partidárias no Algarve LUSA/LUÍS FORRA

Num comício esta noite, em Portimão, Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP, fez um discurso em jeito de balanço da legislatura, mas com avisos sobre o voto no PS. E advertiu para a “insinuação” sobre a intenção de revisão da lei da greve, apontando directamente o dedo ao ministro Adjunto e da Economia, Pedro Siza Vieira, que “faz coro com as figuras mais retrógradas” do PSD/CDS.

“Os riscos de andar para trás são reais e são riscos que o voto no PS também não descarta”, advertiu, apontando como sinais da convergência dos socialistas com o PSD e o CDS o “abrir da bolsa dos dinheiros públicos para a banca, as leis laborais e em novas borlas fiscais para o grande capital”. 

No discurso, o líder comunista reclamou para o PCP e para o PEV “tudo o que é medida positiva a favor dos trabalhadores” nos últimos quatro anos como os horários na administração pública, reposição de feriados, redução de taxas moderadoras, reforço de meios para o SNS ainda que, neste caso, seja “curta a resposta”.

Lembrando que o que foi conseguido “teve sempre pela frente a resistência do Governo do PS”, Jerónimo de Sousa quis esclarecer uma suposta confusão: Nem há uma “maioria parlamentar nem nenhum governo de esquerda ou de maioria de esquerda” nem um “governo apoiado pela CDU”.

Já esta tarde, num almoço-convívio em Monte Gordo, Jerónimo de Sousa tinha mostrado a solidariedade para com os trabalhadores do sector em protesto mas alertou para as limitações ao direito à greve. Esta noite, o líder comunista criticou directamente o ministro Adjunto e da Economia por admitir uma alteração à lei da greve tal como defende o CDS pela voz do ex-ministro Pedro Mota Soares.

Além de assumir a “valorização salarial como emergência nacional” e o aumento do salário mínimo para 850 euros, o secretário-geral do PCP avançou com algumas propostas para a próxima legislatura, nomeadamente um “programa ambicioso de financiamento dos serviços públicos e das funções sociais do Estado, invertendo o seu crónico sub-financiamento” bem como programas de investimento na saúde e no sector dos transportes públicos.

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