Olá, Coimbra! Daqui a Lisboa yé-yé dos anos 1960

Com os Beatles - Caro Jó faz-se do tempo intemporal da adolescência e conta a história de um lugar específico, o da Lisboa dos anos 1960 e o da explosão pop dessa década. Uma cápsula do tempo preservada nas cartas que o adolescente Luís Pinheiro de Almeida enviou entre 1964 e 1966 aos amigos que deixara em Coimbra

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Stan Wayman/The LIFE Picture Collection via Getty Images

“Saía de casa, descia a Rodrigo da Fonseca, passava o Marquês, descia a Avenida [da Liberdade], ia à Baixa ver as montras. A Tabacaria Mónaco, no Rossio, e a Bertrand, no Chiado, para as revistas e jornais”, conta Luís Pinheiro de Almeida. A viagem continua. “Via as montras com os discos na Melodia e na Universal, na Rua do Carmo, e na Valentim de Carvalho, na Rua Nova do Almada”. De regresso a casa, preparava o gravador de bobines e ligava a rádio para continuar ligado ao mundo. Um mundo melhor que o mundo de cá, Portugal do Estado Novo, anos 1960, mas também melhor do que o mundo de lá, o de Inglaterra, França ou Estados Unidos (mas isso ele não tinha forma de saber). O mundo de que falamos, concretizemos, era o dos novos singles de Beatles, eles acima de todos, dos Searchers, dos Stones, dos Hollies, dos Kinks. Enquanto ouvia, Luís Pinheiro da Almeida pegava na caneta e escrevia para a sua cidade, Coimbra. Começava assim: “Caro Jó”.

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