Há uma maior afluência às bombas, mas “não há situações de ruptura”

“As pessoas estão a precaver-se”, o que leva a que haja mais condutores a abastecer os depósitos. O Governo está já a preparar a declaração de crise energética, mas até agora ainda não houve postos a ficarem sem combustível.

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Greve dos combustíveis em Abril Ricardo Lopes

A Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas (Apetro) confirmou nesta quarta-feira ao PÚBLICO que tem havido uma maior afluência aos postos de abastecimento em Portugal, mas garante que “não há situações de ruptura”. “As pessoas estão a precaver-se, tal como foi aconselhado pelo Governo, e as companhias estão a garantir que os postos estão na máxima capacidade”, disse fonte oficial da Apetro. A greve dos combustíveis está prevista arrancar na segunda-feira, dia 12, e prolongar-se-á “por tempo indeterminado” – o que faz com que o Governo esteja já a preparar a declaração de crise energética.

O representante das petrolíferas vê “com naturalidade” o aumento da procura e assume que “haverá sempre constrangimentos” em situações de greve. No que toca à gestão da oferta e da procura e dos serviços mínimos que deverão ser entretanto decretados, a Apetro garante que se “conseguirá aguentar o país durante uns dias”. A maior afluência aos postos de combustível foi notada na terça-feira, e a Apetro diz não ter ainda dados desta quarta-feira.

Contactada pelo PÚBLICO, a companhia Repsol explicou que “tem havido mais procura nos últimos dias”, quando se compara com anos anteriores. “Temos procurado, através dos meios de distribuição disponíveis, responder à procura, maximizando os stocks nos postos de abastecimento.”

Também a BP confirmou que “tem verificado uma alteração do padrão médio do comportamento dos seus clientes”, mas reforçou “a posição da APETRO de que não existem razões para alarme, uma vez que não existe até ao momento falta de combustível”. A petrolífera explica que, desde que o pré-aviso de greve foi anunciado, “está a executar um plano” que visa “minimizar os impactos desta possível paralisação junto dos seus clientes”.

Nesta quarta-feira, o jornal Eco dava conta de rupturas de combustível em alguns postos da A1, mas a Apetro diz que “foi apenas um posto, só para um tipo específico de combustível”, e afirma que a situação já está normalizada. “Não vale a pena extrapolar”, disse fonte oficial ao PÚBLICO.

Já na terça-feira, fonte da Apetro dizia à Lusa que “não há postos de abastecimento, que pertençam aos associados, que estejam sem combustível”. Confirmava “uma maior afluência”, mas “sem razão para alarme”.

E adiantava que os postos de combustíveis do Algarve, por exemplo, “estão a vender mais” por ser período de férias, pelo que “há um maior reforço” do abastecimento na região. Do lado da oferta, “está a vender-se um pouco acima do normal, mas há um maior reforço do abastecimento”.

Esta greve acontece depois de o Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) e o Sindicato Independente de Motoristas de Mercadorias (SIMM) terem entregado um pré-aviso de greve que arrancará na segunda-feira, por tempo indeterminado. O ministro das Infra-Estruturas, Pedro Nuno Santos, ainda admite a possibilidade de ser desconvocada e pede aos sindicatos que recorram ao mecanismo de mediação caso não queiram prosseguir com a paralisação. De qualquer das formas, o Governo “continua a trabalhar” e a preparar-se para um cenário de greve.

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