PS tenta conversações com PSD para aprovar Lei de Bases da Saúde

Primeiro contacto entre PS e PSD aconteceu ainda antes das últimas votações no grupo de trabalho. Proposta inicial dos sociais-democratas é base de partida para diálogo.

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Carlos César já esteve reunido com Fernando Negrão daniel rocha

Foi Carlos César, na terça-feira de manhã, quem deu o primeiro passo. Antes do debate quinzenal em que António Costa responsabilizou o Bloco de Esquerda pelo eventual chumbo da Lei de Bases da Saúde, o líder parlamentar do PS esteve reunido com Fernando Negrão, do PSD, antevendo o desfecho que acabou por se concretizar ao final da tarde. À quarta tentativa falhada para um acordo à esquerda, está aberta a porta ao diálogo entre PS e PSD em matéria de lei de bases.

Foi a Rádio Renascença que antecipou, ainda na terça-feira à noite, o cenário das negociações entre os partidos do Bloco Central. A informação foi confirmada pelo PÚBLICO junto de fonte parlamentar que avançou ainda que a proposta inicial dos sociais-democratas é base de partida para as conversas.

No final deste processo, o objectivo é que ainda seja possível viabilizar a Lei de Bases da Saúde na actual legislatura​. Isso poderá implicar que algumas das votações indiciárias fiquem sem efeito uma vez que, ao que o PÚBLICO apurou, o PS terá mostrado disponibilidade para voltar atrás (em sede de comissão) em alguns aspectos já votado (no grupo de trabalho). 

O PSD, por seu turno, terá já dado conta aos socialistas da sua exigência de que as negociações partam sempre do projecto inicial dos sociais-democratas. “O PS só não vota a nossa proposta se não quiser: aquilo que está em condições claras de poder passar é a nossa, com ajustamentos que o PS queira fazer. Se o PS estiver no ‘bota abaixo’ contra aquilo que é do PSD dificilmente se vai chegar a um consenso”, afirmou Rui Rio, em Maio, quando o impasse à esquerda começou a ganhar contornos. 

Nessa altura, Rui Rio também disse que o mais equilibrado seria o PS fazer sugestões de alteração ao diploma do PSD. "Se o PS tem a sua proposta para negociar à esquerda, negoceia como entender. Se o PS quiser ter uma lei moderada, equilibrada, o PSD está totalmente disponível para acatar sugestões do PS à sua própria proposta. A lei só fica como está se o PS quiser”, afirmou.

Como avançou a Renascença, os prazos prevêem agora que o PSD apresente ao PS as suas linhas vermelhas até ao início da próxima semana. As votações na especialidade estão previstas para o dia 2 de Julho. Esta semana, foi adiado o prazo para levar a lei a plenário, onde acontecerá a votação final global, uma vez que era impossível cumprir a data inicial: 25 de Junho.

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