O amor é a única história

A memória não será o recurso mais fiável para contar uma história, mas é o único que temos. Questionando-a, não a tratando como ferramenta capaz da verdade, Julian Barnes conta o amor entre um rapaz de 19 anos e uma mulher de quarenta e tal numa Inglaterra suburbana de há 50 anos. A Única História é acerca da natureza do amor, a perda da inocência e um retrato satírico dos costumes da classe média.

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Miguel Madeira/arquivo

Nas primeiras páginas de A Única História, o romance mais recente de Julian Barnes (n. 1943), há ecos literários imediatos. A classe média dos subúrbios ingleses que o escritor retratou em Metroland (1980), o primeiro dos seus livros, o amor entre um jovem de 19 anos e uma mulher de 48 a remeter para o universo literário de Gustave Flaubert em A Educação Sentimental — e a isto não será alheio o facto de o livro mais famoso de Julian Barnes continuar a ser O Papagaio de Flaubert (Quetzal) —, e o ponto de partida narrativo que nos dirige para Tom Webster, protagonista de O Sentido do Fim (Quetzal), romance que valeu a Barnes o Booker Prize em 2011, depois de ter sido três vezes finalista. Nele, um homem recua no tempo até ao momento em que conhece o melhor amigo para contar a história dessa amizade. A Única História contém todos esses ingredientes, mas envolve-os de forma totalmente original.

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