Theresa May deve apresentar a demissão esta sexta-feira, avança imprensa britânica
A primeira-ministra britânica poderá permanecer no cargo mais seis semanas, enquanto os conservadores escolhem o seu sucessor. O ex-ministro dos Negócios Estrangeiros Boris Johnson está entre os favoritos para a substituir.
Desgastada pelo impasse no “Brexit”, Theresa May, deverá anunciar esta sexta-feira a sua demissão, como é exigido pelo seu próprio partido, avançam os meios de comunicação britânicos. Espera-se uma comunicação ao país da primeira-ministra britânica esta manhã.
A líder conservadora reuniuse durante esta sexta-feira com Graham Brady, presidente do Comité 1922, formado pelo grupo parlamento conservador sem dados de direcção. Segundo o Times, May deveria definir nessa reunião os detalhes da sua saída, incluindo as datas.
De acordo com o jornal, a primeira-ministra britânica poderá permanecer no cargo mais seis semanas, enquanto os conservadores escolhem o seu sucessor, e, assim, ainda estaria em funções durante a visita do Presidente dos EUA, Donald Trump, ao Reino Unido, que acontece entre 3 e 5 de Junho.
O ex-ministro dos Negócios Estrangeiros Boris Johnson está entre os favoritos para a substituir.
Theresa May, de 62 anos, assumiu o cargo em Julho de 2016, pouco depois de os britânicos terem votado a favor do “Brexit" (52%) no referendo de 23 de Junho de 2016.
Até agora, a líder não conseguiu reunir consenso quanto às condições para a saída da União Europeia entre a classe política, profundamente dividida sobre a questão, como também está a sociedade britânica.
O acordo de saída negociado com Bruxelas foi rejeitado três vezes pelos parlamentares, o que obrigou o executivo a adiar o “Brexit" até 31 de Outubro, quando a data inicial era 29 de Março, e realizar ainda as eleições para o Parlamento Europeu.
Na terça-feira, Theresa May apresentou um plano de “última oportunidade”, que incluiu uma série de compromissos para tentar convencer os parlamentares britânicos.
A tentativa foi em vão, já que o texto foi alvo de uma enxurrada de críticas tanto da oposição trabalhista quanto dos eurocépticos de seu próprio partido, levando à renúncia na noite de quarta-feira do ministro encarregado das relações com o Parlamento, Andrea Leadsom.
O projecto de lei, que Theresa May contava votar na semana de 3 de Junho, não aparece no programa legislativo anunciado na quinta-feira pelo Governo aos deputados.