Cristas já estende às legislativas apelo a voto contra Costa

Caravana do CDS já percorreu cerca de 3500 quilómetros em uma semana de campanha. Quase sempre a “malhar” no primeiro-ministro.

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Almoço do CDS em Marco de Canaveses LUSA/OCTAVIO PASSOS

No sábado, após uma sondagem que dava o CDS atrás do BE e do PCP na votação para as europeias, Nuno Melo começou a fazer veementes apelos ao voto no CDS contra a extrema-esquerda. Ontem foi a vez de Assunção Cristas o fazer, mas contra Costa. “É preciso mostrar um cartão vermelho a António Costa”. E estendeu desde já o pedido às eleições legislativas.

Assunção Cristas justificaria este apelo a longo prazo da seguinte forma: “Foi António Costa que transformou estas europeias numas primárias das legislativas”, afirmou em Aveiro, onde o partido recebeu a maior manifestação de entusiasmo popular nesta campanha.

“Venham, que as eleições são importantes, seja pela Europa, seja pelo país. É preciso mostrar a António Costa um grande, grande sinal de desagrado. Um grandíssimo cartão vermelho, porque ele não merece estar no Governo, porque engana”, afirmou num almoço no distrito do Porto, em Famões, concelho de Marco de Canaveses, que reuniu cerca de 250 apoiantes.

De resto, António Costa voltou mais uma vez a ser o principal alvo do CDS. Tal como Nuno Melo já tinha feito, a líder do partido acusou Costa e “o seu amigo Mário Centeno” de querem que os portugueses paguem os mesmos impostos que os outros países da União Europeia. “Nós não temos o mesmo rendimento dos nossos parceiros. Temos de baixar os impostos. Não podemos estar acomodados com esta carga fiscal máxima. Temos de ser nós a decidir os nossos impostos”, afirmou.

Passou depois para os fundos europeus para acusar o Governo de estar a fazer uma execução “dez por cento abaixo do último quadro comunitário de apoio”. “É a pior execução de todos os fundos europeus.” “Quando Portugal mais precisa, Portugal desperdiça escandalosamente”, gritou.

Assunção Cristas apontou ainda o dedo a António Costa relativamente ao investimento público, dizendo que “quem tem serviços públicos mínimos merece uma fortíssima censura nestas eleições. “Basta desta pouca-vergonha de enganar as pessoas!”

Nuno Melo repetiu as críticas que tem feito a António nos últimos dias. E perante a líder do CDS, que habitualmente se refere ao partido como sendo de “centro-direita”, classificou-o sempre como sendo “um partido de direita”, como tem feito ao longo de toda a campanha.

Mas Melo começou a “malhar” em Costa logo pela manhã, no paredão da Póvoa de Varzim. E até recuou ao Período Revolucionário em Curso (PREC) de 1975 para a prática diária de criticar o líder do PS e chefe do Governo. “Governa, mas perdeu as eleições. (…) O dr. António Costa é um habilidoso. Consegue fazer das derrotas vitórias e consegue até governar sendo um derrotado, quando em relação a outros do próprio partido exigiu que se demitissem tendo vencido”, acrescentou.

E como o tema era malhar em António Costa, Melo seguiu lançado: “O dr. António Costa tem uma maioria parlamentar, mas perdeu as eleições. Uma maioria dada por uma extrema-esquerda que sequestrou o socialismo, que à esquerda, durante muitos anos, desde logo com Mário Soares, foi a fronteira ao PREC. Basicamente, o dr. António costa deu as mãos ao PREC. Nós somos o 25 de Novembro”.

O dia de campanha do CDS terminou com um passeio de moliceiro pela bela ria Aveiro. Desde domingo, a campanha do CDS já fez cerca de 3500 quilómetros pelas estradas de Portugal.

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