Mais de cem rockets de Gaza contra Israel

Segundo dia de violência antes do Ramadão, da comemoração da fundação do Estado hebraico e da Eurovisão.

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Rasto deixado pelos rockets disparados de Gaza para Israel - a maioria são interceptados pelo sistema de defesa anti-míssil de Israel AMIR COHEN/Reuters

O segundo dia de violência na Faixa de Gaza e Sul de Israel foi marcado pelo lançamento de mais 100 rockets do território palestiniano contra o Sul do Estado hebraico, e por ataques aéreos israelitas contra Gaza, que mataram pelo menos dois palestinianos. Do lado israelita, uma das pessoas feridas estava em estado grave.

A escalada, diz a agência Reuters, começou na sexta-feira quando disparos vindos de Gaza deixaram feridos dois soldados israelitas do outro lado da barreira que separa os dois territórios. Em retaliação, a Força Aérea israelita atacou dois alvos do Hamas, o movimento islamista que governa o território, matando dois militantes.

Dois outros palestinianos foram mortos por forças israelitas enquanto participavam num protesto contra a ocupação israelita e pelo direito de retorno dos palestinianos às suas terras, que deixaram ou foram forçados a deixar quando foi criado o Estado de Israel. Estes protestos começaram há um ano, e o plano original era que durassem algumas semanas, mas foram continuando. Entre 30 de Março e 15 de Maio de 2018 morreram mais de cem palestinianos, muitos atingidos por atiradores israelitas (que alegaram perigo de infiltrações em Israel de militantes palestinianos para ataques).

O Sul de Israel estava em alerta com as sirenes a avisarem os residentes para se refugiarem nos abrigos. A maioria dos rockets disparados foram interceptados pelo sistema de defesa Iron Dome, diz o exército.

Têm sido frequentes escaladas como esta em Gaza, mas nos últimos cinco anos nenhuma acabou por levar a uma guerra no território.

A situação no pequeno território tem-se deteriorado, com fornecimento irregular de electricidade e uma proibição de entrada de muitos bens, que Israel diz que podem ser usados para ataques contra o seu território.

Também a saída de pessoas é muito controlada tanto por Israel como pelo Egipto, e a situação económica, que já era muito má, é piorada também bloqueio. Até a água dessalinizada não é um dado adquirido.

Este renovar de tensão ocorre dias antes do início do Ramadão, o mês sagrado para os muçulmanos, e da celebração do Dia da Independência em Israel (seguido do assinalar da Nakba, a catástrofe, pelos palestinianos).

Também dentro de menos de duas semanas realiza-se em Telavive a final da Eurovisão, um concurso internacional muito valorizado em Israel, sobretudo depois da vitória da israelita Netta em Lisboa no ano passado, quando no plano da diplomacia os EUA acabavam de mudar a sua embaixada de Telavive para Jerusalém e Israel comemorava 70 anos de existência.

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