Cavaco, PSD e CDS: os “rancorosos” e os “raivosos”

Nem só de ligações familiares viveu o debate quinzenal desta quinta-feira.

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Debate quinzenal LUSA/ANTÓNIO COTRIM

O secretário-geral do PCP pareceu dar o pretexto para o primeiro-ministro se atirar ao PSD e ao CDS, “apadrinhados” por Cavaco Silva. Chamou-lhes “raivosos” por atacarem a política do actual Governo.

Jerónimo de Sousa condenou as palavras do antigo Presidente da República quando relacionou a degradação do Serviço Nacional de Saúde com a perda de receita resultante da baixa do IVA para os 13% na restauração. “É preciso ser rancoroso”, apontou o líder comunista. O primeiro-ministro aproveitou a deixa para dizer que a direita está “tão furiosa” que até Cavaco Silva saiu do seu “recato próprio de um ex-Presidente da República” para “polemizar com o actual [chefe de Estado] só para conseguir exprimir a raiva que tem, que a direita tem, relativamente ao sucesso desta solução governativa”.

António Costa defendeu que “o melhor” a fazer, “para continuarem bem raivosos como merecem”, é o Governo continuar, “serenamente, a executar aquilo que está previsto”.

Num tom pouco habitual contra o PSD nos últimos tempos, António Costa quis colar as propostas que constam de um livro de Joaquim Miranda Sarmento, porta-voz do Conselho Estratégico Nacional do PSD, ao partido liderado por Rui Rio como se tratassem de um “ante-programa eleitoral”. O próprio Rui Rio já disse não se comprometer com nenhuma das medidas propostas pelo economista, mas o primeiro-ministro referiu-se ao PSD como pretendendo que as famílias de baixos rendimentos, até agora isentas de IRS, passem a pagar o imposto.

 O IVA da restauração a 23% haveria de vir à baila pela mão de António Costa, que parecia apostado em lembrar medidas do anterior Governo. Foi com essa questão que o primeiro-ministro confrontou Assunção Cristas quando a líder do CDS o questionou sobre o aumento da carga fiscal. Cristas replicou: “O enorme aumento impostos de Vítor Gaspar está destronado pela carga de impostos máxima de Mário Centeno.” 

O tema da saúde foi abordado pela coordenadora bloquista, que desafiou o Governo a acabar com as taxas moderadoras nas consultas e exames. Catarina Martins recebeu uma resposta negativa, mas António Costa deixou a porta aberta para mais reduções destes custos na próxima legislatura.

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