Salários dos juízes: Rio acusa Governo de querer “contentar todos” por causa das eleições

Juízes vão ganhar mais do que o primeiro-ministro. Líder do PSD diz que “jamais” trataria carreiras especiais da Função Pública de forma diferente.

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Daniel Rocha

O líder do PSD acusou o Governo de estar a promover desigualdades no descongelamento de carreiras na função pública para tentar “contentar todos por causa das eleições”. Rui Rio falava aos jornalistas à margem da apresentação de um livro de Joaquim Miranda Sarmento, porta-voz do Conselho Estratégico Nacional do PSD.

Questionado pelos jornalistas sobre o projecto de lei do PS que propõe que os magistrados ganhem mais do que o primeiro-ministro, noticiado esta quarta-feira pelo PÚBLICO, Rui Rio disse ter defendido sempre que o salário do Presidente da República e do chefe de Governo deve ser o limite máximo e que ninguém deve ganhar mais. “O Governo está a descongelar as carreiras especiais da função pública, o Governo está à deriva, não é igual para todos. O Governo quer contentar todos por causa das eleições”, disse, assumindo que este comportamento “é mau” e que o próprio “jamais faria isso”.

O líder do PSD referiu que o descongelamento de carreiras está a ser feito de maneiras diferentes para os enfermeiros, professores e miliares. Questionado sobre o mal-estar entre os militares, Rui Rio atribuiu essa situação à forma de actuar do executivo. “Quando um Governo age desta forma compreendo que haja classes que tenham alguma coisa a dizer”, afirmou.

A apresentação do livro A reforma das finanças públicas em Portugal, que decorre num hotel em Lisboa, está a cargo do ex-Presidente da República Cavaco Silva. Na iniciativa estão os ex-ministros do PSD como Mira Amaral, Eduardo Catroga e Maria Luís Albuquerque.

Rui Rio foi ainda questionado sobre várias medidas propostas no livro de Joaquim Miranda Sarmento – nomeadamente a reposição do IVA da restauração a 23% e o regresso às 40 horas na função pública – mas não se comprometeu com nenhuma das ideias. “São ideias dele e ele tudo irá fazer para convencer o PSD para as acolher. Umas serão acolhidas, outras não”, disse, referindo-se ao economista como um “académico brilhante”.

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