PPE discute expulsão do partido de Viktor Orbán

A maior família política europeia reúne-se esta quarta-feira para decidir o futuro do Fidesz, mas entre os seus cálculos está o peso da perda dos deputados do partido húngaro, a poucos meses das eleições para o Parlamento Europeu.

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Viktor Orbán tem desafiado a União Europeia em diversas ocasiões desde que chegou ao poder na Hungria Bernadett Szabo / Reuters

O Partido Popular Europeu (PPE) discute nesta quarta-feira se expulsa ou não o partido de extrema-direita húngaro Fidesz, devido a sucessivas “transgressões” do primeiro-ministro Viktor Orbán. Porém, em ano de eleições europeias, ponderará também os lugares que arrisca perder no Parlamento Europeu.

Determinam os estatutos que “a suspensão e a exclusão de um membro só pode ser decidida pela Assembleia Política”, que não é “obrigada a divulgar as razões” da sua decisão. A Assembleia reúne a partir das 15 horas (menos uma hora em Portugal continental) os seus 262 elementos em Bruxelas para decidir o destino do partido de Viktor Orbán no seio da maior família política europeia, à qual pertencem os partidos portugueses PSD e CDS-PP.

Mas o PPE sabe que os lugares do partido de Orbán — as últimas projecções da assembleia europeia atribuíam-lhe 13 eurodeputados dos 181 projectados para o grupo conservador — podem ser fulcrais na luta pela presidência da Comissão Europeia.

O desfalque que a exclusão do Fidesz causaria na bancada — e a eventual transferência dos seus eurodeputados para o grupo dos Conservadores e Reformistas Europeus, a que as projecções atribuem 46 assentos, ou para a Europa das Nações e da Liberdade, de Marine le Pen e Matteo Salvini, que pode chegar aos 56 assentos — tem levado o cabeça-de-lista dos conservadores às eleições europeias de 26 de Maio, Manfred Weber, a preferir o calculismo político.

Apesar do ultimato que lançou a Orbán, e que levou o político húngaro a retratar-se perante os seus parceiros e anunciar a retirada de polémicos cartazes contra o presidente da Comissão Europeia, Weber não foi taxativo quanto ao seu sentido de voto, nem quanto ao do seu partido, a União Social-Cristã (CSU).

Horas antes do encontro do PPE, a líder dos conservadores alemães, Annegret Kramp-Karrenbauer, defendeu que o grupo parlamentar deveria suspender o Fidesz. “Enquanto o Fidesz não restaurar totalmente a confiança, não poderá haver uma permanência regular” no PPE, disse, citada pela Reuters.

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