Banco Montepio lucra 12,6 milhões em 2018

Resultados penalizados por factores extraordinários, nomeadamente uma multa do Banco de Portugal e a venda de uma carteira de crédito malparado.

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NFS - Nuno Ferreira Santos

O Banco Montepio divulgou esta segunda-feira as contas de 2018, com lucros de 12,6 milhões de euros, e já sob a nova liderança de Dulce Mota, que substituiu este ano Carlos Tavares na presidência executiva. O valor teria sido o dobro se o banco não tivesse contabilizado operações não recorrentes, nomeadamente, a coima de 2,5 milhões de euros aplicada pelo Banco de Portugal ao ainda designado Caixa Económica Montepio Geral.

Os lucros do ano passado, que se cifraram em 12,6 milhões de euros, podem ser comparados com duas versões das contas de 2017: se tiverem em conta os números apresentados por José Félix Morgado, de resultados positivos de 30,1 milhões de euros, então traduzem-se numa forte descida; se a referência forem as contas divulgadas por Carlos Tavares, após substituir Félix Morgado, a conclusão é outra, pois verifica-se que houve uma subida de quase o dobro. Tavares assumiu funções em Março de 2017 e corrigiu as contas do seu antecessor, divulgando na altura lucros de apenas 6,4 milhões de euros. E é esta a quantia que serve de comparação à gestão actual.

O Banco Montepio adianta que o resultado líquido de 12,6 milhões de euros reflecte a alienação do Banco Terra Moçambique que determinou uma redução do lucro de 3,7 milhões, a “venda de uma carteira de créditos em incumprimento no montante de 239 milhões (operação Atlas), que determinou a redução do lucro de 8,4 milhões”, o “custo com a cobertura cambial de uma participação denominada em reais, realizada como medida de preservação do capital, no montante de 4,1 milhões”; e a “provisão para a coima resultante do processo de contra-ordenação do Banco de Portugal de 2009 e 2014 no valor de 2,5 milhões”. Sem estas operações, a gestão do banco nota que o Banco Montepio teria lucrado 30 milhões de euros.

O crédito a clientes caiu 7% para 13 mil milhões de euros, “determinado pelas reduções das carteiras de crédito à habitação e às empresas, bem como pelo abate da carteira de crédito em incumprimento (venda de 209 milhões de euros de NPL e write offs de 150 milhões)”. Excluindo esta informação, o crédito teria caído apenas 4,5%, “em linha com o sector na actividade doméstica. Já o nível dos depósitos (fundos captados junto dos clientes)​, de 12,6 milhões, mantiveram-se estáveis face ao ano de 2017.

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