Direita europeia pede exclusão de Viktor Orbán e do Fidesz do Partido Popular Europeu

O CDS-PP foi um dos partidos a apoiar o afastamento do PPE do actual primeiro-ministro da Hungria e do seu partido, o Fidesz, que têm sido acusados de violar valores europeus.

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EPA/PATRICK SEEGER

Doze partidos membros do Partido Popular Europeu (PPE), principal grupo político do Parlamento Europeu (PE), pediram oficialmente esta segunda-feira a exclusão do primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán e do seu partido Fidesz, que poderá ser decidida em 20 de Março.

"Doze partidos membros do PPE de nove países pediram a exclusão ou a suspensão do Fidesz [União Cívica Húngara]. É a questão que será discutida no decurso da assembleia política de 20 de Março. A decisão pertence a todos os membros do PPE e não posso antecipar qual será o desfecho da discussão", referiu em declarações à agência noticiosa AFP o presidente do PPE, Joseph Daul.

O PPE é o grupo mais importante do PE e a família política dominante no Conselho europeu com a chanceler Ângela Merkel.

Na sexta-feira, pelo menos oito forças políticas do PPE, incluindo o português CDS-PP, tinham já pedido a suspensão ou expulsão do Fidesz do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, daquela família política, também integrada pelo Partido Social Democrata (PSD) de Rui Rio.

Os apelos para discutir a permanência do Fidesz, um partido nacional-conservador populista de direita que governa a Hungria desde 2010, surgem a quase três meses das eleições europeias de Maio.

As relações entre o Fidesz, que tem assumido posições políticas qualificadas como extremistas, nacionalistas, eurocépticas e anti-imigração, e os restantes dos membros do PPE (que agrupa partidos de direita e de centro-direita europeus) têm vindo a deteriorar-se nos últimos anos.

"Todas as opções estão em cima da mesa. Estamos actualmente em vias de falar sobre isso no seio do PPE", tinha admitido no sábado, em entrevista à publicação alemã Der Spiegel, Manfred Weber, candidato do PPE a presidente da Comissão Europeia.

"Com as suas declarações e a sua campanha, Viktor Orbán prejudicou consideravelmente o PPE. É por essa razão que espero que ele peça desculpas e pare com essa acção", referiu Weber, membro da União Social Cristã (CSU), o aliado bávaro da União Democrata Cristã (CDU), de Angela Merkel.

Manfred Weber votou, em Setembro passado, no Parlamento Europeu a favor da instauração de um procedimento disciplinar à Hungria por violação grave dos valores europeus por parte do governo de Viktor Orbán, nomeadamente em matérias como a das migrações e o Estado de direito.

Na altura, os portugueses CDS-PP e PSD também votaram favoravelmente.

"Em breve, tomaremos acções concretas", precisou Weber.

Para desencadear um procedimento de expulsão de um partido do PPE, é necessário que sete formações políticas de pelo menos cinco países o solicitem formalmente.

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