Portugal e Peru querem solução pacífica para a crise da Venezuela

Com eleições e sem intervenções externas militares, concordaram, em Lisboa, os Presidentes dos dois países, Marcelo Rebelo de Sousa, e Martin Vizcarra.

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O Presidente Marcelo e o seu homólogo peruano LUSA/JOSÉ SENA GOULÃO

Portugal e o Peru concordam que a Venezuela deve resolver a crise interna de forma pacífica, com eleições e sem intervenções externas de carácter militar, disse esta segunda-feira o Presidente português após uma reunião com o homólogo peruano.

"Temos uma posição coincidente relativamente àquilo que se vive naquele país [Venezuela], também pertencente ao mundo ibero-americano", declarou Marcelo Rebelo de Sousa. O Presidente da República falava aos jornalistas no Palácio de Belém, após uma reunião com o seu homólogo peruano, Martín Vizcarra, que realiza esta segunda-feira e na terça uma visita oficial a Portugal.

"Defendemos uma solução pacífica, uma transição constitucional baseada em eleições livres. Não defendemos intervenções externas, nomeadamente de natureza militar. Somos defensores de um processo duradouro, mas pacífico. E por isso Portugal apoiou sempre o esforço do Grupo de Lima, em que o Peru tem tido um papel essencial", acrescentou Rebelo de Sousa.

"Por isso Portugal está presente na reunião do Grupo de Lima, na Colômbia, para apreciar a situação vivida nos últimos dias e nos próximos tempos", acrescentou o chefe de Estado português.

O Grupo de Lima, formado pelos chefes da diplomacia da Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Guiana, Honduras, México Panamá, Paraguai, Peru e Santa Lúcia reúne esta segunda-feira, em Bogotá, para discutir a crise na Venezuela, num encontro que contará com o líder da oposição venezuelana, Juan Guaidó, e no qual participa, também, o vice-presidente norte-americano, Mike Pence. Portugal está presente na reunião como observador, sendo representado pela embaixadora em Bogotá, Gabriela Soares de Albergaria.

"Temos coincidências não só no campo político, mas também em decisões que consideramos as mais apropriadas e oportunas. Por exemplo, na questão da Venezuela, um país irmão, nosso vizinho na América do Sul, que consiga retornar à democracia", referiu o chefe de Estado peruano. Martín Vizcarra garantiu apoio diplomático para que os venezuelanos, por decisão própria, "iniciem o caminho até a democracia", acrescentou.

Marcelo agradeceu ainda ao Presidente do Peru o acolhimento de mais de 700 mil venezuelanos, vários dos quais portugueses ou luso descendentes, sendo que destes 700 mil, 200 mil crianças. "É um esforço humanitário notável", sublinhou o Presidente português.

O Presidente peruano encontra-se ainda esta segunda-feira com o presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, e participa num jantar oferecido por Marcelo Rebelo de Sousa.

Na terça-feira, está na abertura do Fórum Empresarial entre Portugal e o Peru, na Associação Industrial Portuguesa. Posteriormente, o Presidente peruano visita a Assembleia da República, a Fundação Champalimaud e encontra-se com o primeiro-ministro, António Costa, encontro no qual será assinado vários acordos.

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