O que é o MB Way? Um guia para perceber como funciona

O BPI deu o pontapé de saída na cobrança de comissões numa solução tecnológica que já conseguiu convencer perto de um milhão de portugueses a usá-la como meio de pagamento.

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INÊS FERNANDES

O que é o MB Way? 
O MB Way é uma aplicação da SIBS (empresa que gere a rede Multibanco) que oferece uma solução interbancária para compras e transferências imediatas através de um telemóvel smartphone ou de um tablet.

Como funciona? 
A adesão pode ser feita através da própria aplicação (app), disponível nas plataformas digitais habituais de descarregamento de Apps, mas também através do Multibanco ou do homebanking (sites dos bancos). Para activar a ferramenta, basta associar um cartão bancário ao número de telemóvel e criar um código de seis dígitos (PIN). O MB Way não exige carregamentos, não tem custos de adesão e permite utilizar qualquer cartão de débito.

Quais são as opções do MB Way? 
O utilizador, quando entra na aplicação, tem disponíveis várias soluções: enviar e receber dinheiro, pagar em lojas ou restaurantes com a aplicação, gerar um cartão MB Net (que permite efectuar compras online em lojas que aceitem Visa, Mastercard ou AMEX) ou simplesmente gerar um código para fazer levantamentos no Multibanco (ou enviá-lo para outra pessoa).

Como se faz a transferência ou o pagamento? 
No caso das transferências e do código para levantamento, o utilizador só precisa de procurar o destinatário do movimento na sua lista de contactos no telemóvel, seleccioná-lo e dar a ordem para transferir. O dinheiro chegará ao cartão que o destinatário tiver associado à sua própria conta de MB Way. No caso dos levantamentos, o código chega por SMS e permite usar o Multibanco sem o cartão físico, para o próprio utilizador ou para outra pessoa (que neste caso terá de usar a funcionalidade MB Way disponível no Mutibanco). No caso das compras em lojas físicas, o comerciante terá de ter um software específico para aceitar o MB Way. Nesses casos, o utilizador terá de recorrer a um código de barras (QR Code) para que haja a troca do valor a pagar (código pode ser lido por qualquer uma das partes). No online, o processo é semelhante às outras opções de pagamento, mas com recurso ao número de telemóvel. Em todas estas etapas, é necessário a introdução do código pessoal (PIN) de seis dígitos.

Quais são os limites de movimentos? 
Nos envios e recebimentos, o limite por operação é de 750 euros por operação, num total de 2500 euros por mês e de 50 transferências por mês. Nos levantamentos de multibanco, são os limites já existentes (200 euros por operação, 400 euros por dia). Nas compras, está pré-definido um limite de 1000 euros, que pode ser alterar nas definições para um máximo de 5000 euros.

O sistema é seguro e garante a privacidade? 
Segundo a SIBS, “a segurança está garantida, porque nunca há partilha de dados bancários entre o consumidor e o comerciante. Além disso, todas as operações são validadas com o PIN MB WAY e as compras têm um limite diário de valor”.

É possível fazer transferências internacionais? 
Não, o dinheiro só pode circular entre os bancos aderentes registados em Portugal.

Onde se pode pagar com MB Way? 
A rede de lojas ou serviços que já aceitam MB Way tem vindo a crescer de forma acelerada e já abrange centenas de estabelecimentos comerciais. A SIBS destaca alguns aderentes no site do MB Way.

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As transferências MB Way têm custos para os clientes particulares?
Até agora não. A funcionalidade foi disponibilizada sem qualquer custo para os clientes e essa característica, juntamente com a rapidez e a comodidade, são as maiores virtudes da aplicação.

O BPI é o primeiro a cobrar pelo serviço? 
Sim. O BPI é o primeiro a fazê-lo, mas, por enquanto, apenas a alguns clientes. O banco detido pelo espanhol Caixabank anunciou que, a partir de Maio, vai cobrar 1,20 euros aos clientes que optem por realizar as transferências MB Way fora da aplicação interna do banco ou que não aderiram à sua Conta Valor. Na prática, a SIBS desenvolveu uma aplicação própria, para todos os bancos, mas entretanto o BPI criou as suas funcionalidades, a BPI App e a BPI Net, onde, pelo menos por enquanto, o banco assume que as operações são gratuitas. Os seus clientes que continuarem a usar a app criada pela SIBS pagam então a referida comissão de 1,20 euros.

Os outros bancos vão passar a cobrar comissões? 
É muito provável. Parte dos bancos já estão preparados para o fazer, como mostram os valores inscritos nos preçários, que variam entre 0,15 euros e 1,50 euros. Ou seja, nestes bancos é só carregar no “botão” e pô-las em prática. Outros bancos ainda não têm qualquer valor inscrito nos preçários, mas a introdução de comissões é um processo rápido e sem qualquer limitação na actual legislação.

Notícia corrigida às 12h38 de 07/02/2019. A comissão do Crédito Agrícola estava errada. também a comissão a cobrar pelo BPI é de 1,20 euros e não 1,04 euros como estava inicialmente escrito

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