Igreja Católica no Texas identifica 280 padres acusados de abuso sexual de menores

Nomes dos padres e sacerdotes foram colocados online por quinze dioceses do estado norte-americano. Autoridades eclesiásticas esperam que o gesto ofereça “esperança aos que sofreram”.

Foto
Reuters/Carlos Barria

As quinze dioceses da Igreja Católica no estado norte-americano do Texas revelaram uma lista de 286 padres e funcionários eclesiásticos acusados de abusos sexuais de menores e adolescentes. Os nomes dos alegados criminosos foram colocados online na quinta-feira, naquele que é o mais recente capítulo de uma onda de revelações dentro daquela igreja nos Estados Unidos, iniciada em Agosto do ano passado, com a publicação de um relatório judicial na Pensilvânia, que identificou mais de 300 supostos abusadores.

Através de um comunicado, o arcebispo de Galveston-Houston e presidente da Conferência de Bispos Católicos dos EUA Daniel DiNardo justificou a divulgação dos nomes dos padres como forma de oferecer justiça e esperança às vítimas e pediu desculpa em nome da Igreja Católica texana.

“Os bispos do Texas decidiram divulgar os nomes destes padres nesta altura porque é correcto e justo, pretende oferecer recuperação e esperança àqueles que sofreram”, explicou o cardeal. “Em nome de todos os que falharam nesta matéria, ofereço as minhas sinceras desculpas. A nossa igreja tem sido dilacerada por esta ferida e devemos tomar medidas para a cicatrizar”.

Já o reverendo Michael Olson, da diocese de Fort Worth, enviou uma carta aos seus paroquianos na qual afirmava estar “profundamente envergonhado por erros passados cometidos pelos responsáveis pela liderança da Igreja que não conseguiram proteger as crianças”.

Desde a publicação do relatório judicial no estado da Pensilvânia, em Agosto, cerca de 50 dioceses espalhadas pelos EUA publicaram listas com nomes de mais de padres acusados de abuso sexual de menores. Noutras 30 dioceses foram abertas investigações e prometidas revelações para breve. 

No documento que iniciou esta vaga, o júri da Pensilvânia criticou o facto de todos os casos identificados terem sido ignorados pelos líderes da Igreja, “que preferiram proteger os agressores e a instituição, acima de tudo”.

Como resultado do encobrimento, quase todos os casos eram demasiado antigos para serem julgados, já que a maioria é anterior ao ano 2000. E, segundo a Associated Press, a maioria dos cerca de 1250 clérigos identificados neste tipo de divulgações – cerca de 60% – já morreu.

Sugerir correcção
Ler 2 comentários