CGD com mais-valias de 200 milhões pela venda de filiais em Espanha e África do Sul

Banco público anunciou na quinta-feira um encaixe de 565 milhões de euros com a venda das participações.

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Paulo Macedo, líder da CGD LUSA/MÁRIO CRUZ

A venda das filiais da Caixa Geral de Depósitos (CGD) em Espanha e na África do Sul vai gerar mais-valias de 200 milhões de euros e aumentar os fundos próprios do banco em um ponto percentual, anunciou a instituição nesta segunda-feira.

"Quanto ao impacto no capital da CGD, a alienação deverá significar um aumento superior a um ponto percentual nos fundos próprios da CGD, resultantes da conjugação da mais-valia gerada e da diminuição dos activos ponderados pelo risco", refere o banco público, liderado por Paulo Macedo, num comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Ainda assim, acrescenta, "a alienação representa uma perda face ao valor bruto das participações".

A CGD anunciou na quinta-feira que a venda das participações de 100% que detém no capital social da sul-africana Mercantile Bank Holdings Limited e de 99,79% no capital social do espanhol Banco Caixa Geral permitirão um encaixe de 565 milhões de euros.

No comunicado então divulgado, a instituição referiu que "a participação na Mercantile Bank Holdings será alienada por um preço global de 3200 milhões de rands sul-africanos, cerca de 201 milhões de euros (considerando uma taxa de câmbio EUR/ZAR de 15,9) e a participação no Banco Caixa Geral S.A. será alienado por um preço global de 364 milhões de euros".

Estes preços, nota a CGD, "estão sujeitos a ajustamentos decorrentes da variação patrimonial da Mercantile Bank Holdings Limited e do Banco Caixa Geral, S.A., respectivamente, entre a data de referência estabelecida nos acordos de venda directa e o último dia do segundo mês anterior à respectiva data da sua efectiva alienação, pelo que o impacto total da operação poderá diferir dos valores mencionados".

Ambos os negócios estão dependentes de aprovação pelas autoridades locais de cada país onde as entidades estão sediadas.

No comunicado divulgado na quinta-feira, a CGD adiantou que, além dos contratos de compra e venda, serão celebrados acordos de cooperação entre a CGD e o Capitec Bank Limited e entre a Caixa e a Abanca Corporación Bancária "que permitirão continuar a dar apoio aos clientes" da instituição bancária portuguesa que residem ou operam naqueles mercados.

Estes negócios "enquadram-se na execução do plano de capitalização da CGD que prevê, entre outras medidas, a racionalização e maior foco da estrutura internacional do grupo CGD", permitindo assim "uma libertação de capital e redução do perfil de risco".

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