EUA e China negoceiam acordo antes do G20

A duas semanas do encontro do G20 em Buenos Aires, o secretário do Tesouro norte-americano e o vice primeiro ministro chinês voltaram a falar sobre o conflito comercial entre os dois países.

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Xi Jinping e Donald Trump irão encontrar-se no final do mês no G20 Carlos Barria

Os Estados Unidos e a China estão novamente na mesa da negociações para tentar colocar um ponto final na escalada do conflito comercial entre os dois países antes da realização da próxima reunião do G20.

De acordo com a edição desta terça-feira do The Wall Street Journal, após várias semanas em que o contacto entre as duas partes esteve interrompido, o secretário do Tesouro norte-americano Steven Mnuchin e o vice primeiro-ministro chinês Liu He falaram através do telefone na passada sexta-feira, tendo apresentado um ao outro as suas preferências sobre a forma como podem avançar as negociações.

Do lado dos EUA, é feito um pedido à China que avance, logo à partida, com a sua proposta de acordo, mas em Pequim a ideia é a de que se deve primeiro dar início a conversas formais e só depois apresentar propostas concretas.

Um entendimento parece para já estar distante. Ainda assim, o facto de estes dois altos responsáveis terem voltado a falar é um dos poucos sinais positivos nos últimos meses num cenário de confronto aberto entre os EUA e a China ao nível das relações comerciais. Os EUA já anunciaram, ao longo deste ano, o agravamento das taxas alfandegárias aplicadas a 250 mil milhões de dólares anuais de importações provenientes da China (com 200 mil milhões a entrarem em vigor no próximo dia 1 de Janeiro). A China retaliou na mesma medida.

A falta de diálogo registado desde o momento de anúncio das novas taxas estava a criar a expectativa de que o encontro do G20 (que reúne os chefes de Estado das economias mais ricas com os seus homólogos das economias emergentes) fosse palco de uma discussão muito difícil entre EUA e China. O G20 vai reunir-se em Buenos Aires a partir de 30 de Novembro e está previsto um encontro entre os presidentes dos EUA e da China, Donald Trump e Xi Jinping.

Na Casa Branca, são várias as sensibilidades sobre esta matéria. Enquanto o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin é visto como um defensor da procura de um entendimento, o conselheiro da Casa Branca para as questões comerciais, Peter Navarro adopta normalmente uma estratégia mais agressiva. Na passada sexta-feira, Navarro defendeu, quando questionado sobre os efeitos que o conflito comercial com a China estavam a ter na evolução dos mercados, que “qualquer acordo será feito nos termos definidos pelo presidente Donald Trump e não nos termos definidos pelos mercados”.

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