PSD admite suspender de imediato militantes inscritos nos cadernos eleitorais do CDS

Caso levou o secretário-geral democrata-cristão a abrir processo de avaliação interna.

Foto
Secretário-geral do PSD já pediu informações sobre o caso Rui Gaudencio

O PSD vai averiguar porque é que há militantes do partido de Gaia inscritos nos cadernos eleitorais do CDS e o partido liderado por Assunção Cristas já abriu um processo de avaliação interna, que respeitará a nova legislação de protecção de dados pessoais.

No mesmo dia em que o PÚBLICO denunciou haver militantes sociais-democratas inscritos nos cadernos eleitorais do CDS nas eleições para a distrital do Porto, os dois partidos falaram sobre o assunto. O secretário-geral do CDS, Pedro Morais Soares, contactou na própria segunda-feira o secretário-geral adjunto do PSD, Hugo Carneiro, para articularem procedimentos.

Além da notícia do PÚBLICO, que adiantava também haver militantes democratas-cristãos inscritos em cadernos eleitorais do PSD, Pedro Morais Soares disse que o partido recebeu uma denúncia do caso, razão pela qual decidiu abrir um processo de averiguação interna. “Nós recebemos uma denúncia e estamos a analisá-la”, acrescentou, evitando dar mais detalhes.

O caso chegou ao conhecimento da candidatura de Cecília Meireles, em plena campanha eleitoral para a distrital do CDS, devidamente documentado com os cadernos eleitorais do PSD já actualizados porque o Porto vai ter eleições do dia 30 de Junho. Um dia depois, os sociais-democratas tomaram conhecimento do que se estava a passar.

Numa altura em que o PSD aperta o cerco aos militantes que tenham uma conduta que ponha em causa o bom nome do partido, o secretário-geral, José Silvano, acena com o novo regulamento disciplinar, aprovado há exactamente um mês pelo Conselho Nacional, para dizer que já pediu informações sobre o caso. “O PSD tem procedimentos muito objectivos”, declarou numa referência ao novo regulamento disciplinar do partido que enquadra novas infracções e que podem ter como limite a expulsão.

Afirmando não ter “nenhuma dúvida” sobre a notícia do PÚBLICO, o secretário-geral revelou que já tinham chegado ao partido informações a denunciar a situação. O dirigente aguarda que as estruturas do partido de Gaia e também da Trofa contactem o partido para – declarou – “se agir imediatamente”. “Como em termos públicos já há informação, a secretaria-geral pode tomar uma decisão de suspensão dos respectivos militantes, mesmo antes de mandar o processo para o Conselho de Jurisdição Nacional (CJN).

Afirmando que a situação revela uma “enorme falta de ética”, o ainda presidente da distrital do PSD-Porto, Bragança Fernandes, exorta a direcção nacional do partido a averiguar quantos militantes são e a que concelhias pertencem. O ex-presidente da Câmara da Maia afirmou já ter ouvido falar do caso e que compete ao partido fiscalizar.

O PSD está particularmente preocupado com a situação porque o partido vai ter eleições no dia 30 de Junho para a poderosa distrital social-democrata do Porto, que vai eleger o sucessor de Bragança Fernandes. Na corrida há três candidatos: Alberto Machado, Alberto Santos e Rui Nunes.

 

Sugerir correcção
Comentar