EDP negoceia seis vezes mais no primeiro dia após OPA

Volume de títulos transaccionados hoje na praça lisboeta atingiu 39,11 milhões, mais de seis vezes a média da semana anterior. Gestão da EDP pode vir a recusar OPA chinesa

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Rui Gaudencio

Um total de 39.112.106 titulos da EDP mudaram de mãos na sessão desta segunda-feira, 14 de Maio, na praça de Lisboa, naquele que foi o primeiro dia após ser conhecida a Oferta Publica de Aquisição sobre o grupo de energia. As acções da EDP encerraram hoje a valorizar 9,32%, nos 3,40 euros.

A média dos ultimos cinco dias, de acordo com a Reuters, tinha atingido um volume diário de 6,35 milhões de acções da EDP - isto já incluindo o pico de 9,39 milhões de acções transaccionadas no mercado na sexta-feira, 11 de Maio, dia em que se soube, após o fecho, da intenção de compra.

Durante a tarde desta segunda-feira, ainda durante a negociação, a agência Bloomberg avançou que a EDP poderá não recomendar a oferta publica de aquisição, lançada pela China Three Gorges (CTG) na semana passada, ao preço de 3,26 euros por cada título da eléctrica.

Citando fontes conhecedoras do processo, a agência noticiosa garante que o conselho de administração da EDP poderá reunir já esta semana para tomar uma decisão sobre a OPA, que desde sexta-feira passada à noite é conhecida, sobre a eléctrica e a sua participada EDP Renováveis. A CTG é a maior accionista da EDP, detendo 23,37% do capital.

Segundo a Bloomberg, a administração da EDP – liderada por António Mexia - vê o preço de 3,26 euros por cada título do grupo como demasiado baixo. O valor da oferta pela EDP, que signifique que a CTG tem que desembolsar 9,1 mil milhões de euros para ficar com a totalidade do capital da eléctrica portuguesa, no caso da OPA ser bem sucedida.

A agência noticiosa adianta ainda que a EDP estará já a trabalhar com o grupo UBS no sentido de trabalhar uma possível estratégia de defesa face à OPA chinesa.

Contactada pelo PÚBLICO, a EDP não fez comentários à noticia da Bloomberg.

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