Dirigente da Porsche em prisão preventiva desde quinta-feira

Em causa estão as fraudes nas emissões dos motores diesel.

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Dirigente não foi identificado LUSA/RONALD WITTEK

Um dirigente da Porsche foi detido preventivamente na Alemanha na sequência das buscas ligadas ao vasto escândalo da fraude das emissões em motores diesel, anunciou nesta sexta-feira um porta-voz da construtora automóvel.

O patrão da Porsche, Oliver Blume, “informou os trabalhadores da decisão do Ministério Público de Estugarda de colocar um dirigente da empresa em prisão preventiva”, segundo relatou um porta-voz da marca de automóveis de luxo pertencente ao grupo Volkswagen. Os jornais alemães Bild e Wirtschaftwoche dizem que o responsável detido é Jörg Kerner, ex-responsável dos motores da Porsche, que trabalhava na Audi quando o escândalo rebentou.

Sem revelar a identidade do detido, um porta-voz do Ministério Público de Estugarda confirmou a detenção na quarta-feira de um suspeito por “risco de fuga e de dissimulação de prova”, logo depois das buscas nas casas de dois responsáveis e de um ex-quadro da Porsche. O detido está em prisão preventiva desde quinta-feira à noite.

“A Porsche não desenvolve nem produz motores diesel ou aparelhos afins”, defendeu-se o patrão da marca de luxo num email enviado aos trabalhadores. Oliver Blume considerou “inadmissíveis” os aparelhos instalados nos motores diesel e que, segundo a Justiça alemã, estão viciados, apresentando leituras de emissões de gases nocivos abaixo do valor real. Blume assegurou que a Porsche não estava ao corrente da situação.

Mais de 160 polícias e 30 magistrados foram mobilizados na quarta-feira para uma vasta operação de buscas em dez locais da Baviera e em Baden-Wurtemberg, visando “um membro da direcção e um alto responsável da Porsche”, bem como um antigo quadro do grupo que, entretanto, passou para a Audi, indicou uma fonte do Ministério Público de Estugarda.

Estas foram as primeiras buscas visando a Porsche no âmbito do dossier que envolve desde o início de 2015 o Grupo Volkswagen, proprietário da marca.

A Volkswagen reconheceu ter equipado 11 milhões de automóveis a diesel, dos quais cerca de 600.000 nos Estados Unidos, com um dispositivo com capacidade para falsificar o resultado dos testes antipoluição e dissimular as emissões que ultrapassassem até 40 vezes mais as normas autorizadas. Já tinham sido efectuadas buscas em locais da Volkswagen e da Audi.

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