Puigdemont espera regressar à Bélgica, mas por agora fica em Berlim

Antigo presidente catalão deu uma conferência de imprensa neste sábado na Alemanha, um dia depois de ter saído da cadeia.

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Carles Puigdemont rodeado de apoiantes àsaída da conferência de imprensa que deu neste sábado na Alemanha LUSA/OMER MESSINGER

O antigo líder catalão Carles Puigdemont espera voltar à Bélgica, mas só quando os procedimentos legais que o envolvem estejam concluídos na Alemanha. O desejo foi expresso por Puidgemont este sábado de manhã durante uma conferência de imprensa, depois de ontem ter sido libertado da prisão alemã onde se encontrava detido.

“O meu desejo é voltar para a Bélgica. Mas só depois de encerrar o processo aqui na Alemanha, não antes”, disse o antigo presidente da Catalunha, citado pela Reuters.

Em causa está o pedido da justiça espanhola para a detenção e entrega de Carles Puigdemont, que continua a ser analisado pelo Tribunal Supremo do estado alemão de  Schleswig-Holstein. O mesmo tribunal decidiu, contudo, não admitir o delito de rebelião contra o antigo dirigente.

“O meu plano é permanecer em Berlim. É agora a minha residência até ao final deste processo”, afirmou Carles Puigdemont. Questionado sobre onde ficaria em Berlim, sorriu e respondeu: “Bem, a polícia sabe”.

Puigdemont não poderá abandonar a Alemanha enquanto durar o processo e deverá apresentar-se uma vez por semana à polícia.

Durante a conferência de imprensa, Puigdemont lembrou que só renunciou a ser candidato à presidência da Generalitat provisoriamente, acrescentando que um bom ponto de partida para o diálogo seria que [o deputado] Jordi Sànchez pudesse ser presidente. "Já seria um grande êxito que o Parlamento pudesse eleger o seu candidato”, frisou.

“Sempre disse que a independência não é a única solução possível, aceitamos que pode haver outras saídas. E pergunto-me: Espanha tem um projecto para a Catalunha?”, desafiou.<_o3a_p>

No final de Outubro, quando foi destituído, o líder catalão viajou para Bruxelas, onde ainda se encontram três ex-membros do anterior governo catalão. A justiça belga também se preparava para rejeitar as acusações de "rebelião e sedição", mantendo apenas a de "desvio de fundos".

Foi para não correr o risco de só poder julgar Puigdemont por desvio de fundos que o juiz Pablo Llarena, do Tribunal Supremo, que tem a instrução do processo contra os independentistas, retirou a ordem europeia de detenção e entrega (OEDE) antes da decisão final na Bélgica, acabando por reactivá-la quando Puigdemont estava de visita à Finlândia, a 22 de Março.

Os agentes alemães detiveram-no no dia 25, quando acabava de deixar a Dinamarca e de entrar de carro na Alemanha.

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