Oito cidades europeias unem-se contra plataformas de arrendamento online

Representantes enviaram carta conjunta a Bruxelas exigindo novas regras para a plataforma de arrendamento.

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Representantes de oito cidades protestam contra a passividade de Bruxelas e defendem a regulação destas plataformas Reuters/YUYA SHINO

Na conferência em que se discute o arrendamento turístico na Europa, que termina nesta segunda-feira em Amesterdão, os representantes municipais de oito capitais e cidades europeias decidiram escrever à Comissão Europeia um protesto contra as regras aplicáveis à plataforma de arrendamento Airbnb. Os municípios das cidades de Barcelona, Madrid, Bruxelas, Paris, Cracóvia, Viena, Reiquejavique e Amesterdão subscrevem a carta, sentindo que as enchentes de turistas estão a tornar-se incontroláveis. 

O vice-presidente da Câmara de Amesterdão, Laurens Ivens, exigiu, no primeiro dia da conferência, no domingo, que as plataformas de arrendamento turístico (Airbnb e Booking) fossem “legalmente obrigadas a partilhar dados com os reguladores”. Estas plataformas de arrendamento permitem o anonimato dos proprietários dos imóveis listados e de quem os arrenda. Este anonimato é a principal preocupação que os representantes das oito cidades sinalizam na carta enviada a Bruxelas.

“É impensável que estas plataformas não tenham de partilhar as suas informações”, diz Laurens Ivens em declarações à plataforma de notícias online holandesa Dutch News. “Os dados que pretendemos são a identidade do proprietário do imóvel e a de quem o arrenda”, refere o vice-presidente acrescentando que quando tenta obter estas informações juntos da plataforma estas recusam, afirmando que “estão protegidas pelas leis comerciais digitais europeias”.

Durante a conferência, foram também referidos os principais incómodos que o grande fluxo de turistas provocam junto dos residentes destas oito cidades. Desde o “barulho constante das rodas de malas no pavimento”, até ao barulho provocado por “demasiados turistas num apartamento partilhado”.

A partir de 2019, os holandeses apenas poderão arrendar os seus imóveis durante 30 dias por ano. O número de residentes por imóvel está também limitado a quatro pessoas. A comunidade do Airbnb holandesa conta com 19.000 senhorios, que se sentem "desiludidos" com as restrições. 

Um pouco por toda a Europa têm surgido sinais de descontentamentor. Em Barcelona, houve turistas que foram alvo da fúria de residentes. Berlim, devido à dificuldade que os cidadãos sentiam em encontrar uma casa a preço razoável, decidiu restringir o arrendamento de casas.

O elevado número de turistas e o rendimento que estes significam para os senhorios destes imóveis tornam a vida mais cara nas grandes cidades. A indústria do turismo é fulcral na economia de muitos países, como é o caso português.

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