Margem, o novo espectáculo de Victor Hugo Pontes, começou com um pedido de Madalena Wallenstein, directora da Fábrica das Artes do Centro Cultural de Belém (CCB), para que o coreógrafo adaptasse os Capitães da Areia, o famoso romance de Jorge Amado sobre um bando de miúdos de rua de Salvador da Bahia. A esse pedido, Victor Hugo Pontes contrapôs um espectáculo que partisse dos Capitães da Areia para interrogar em quem terão reencarnado, aqui e agora. Foi encontrá-los, neste Portugal de início do século XX, em duas instituições de acolhimento para menores em risco, a Casa Pia, em Lisboa, e o Instituto Profissional do Terço, no Porto, onde decorreu parte inestimável do processo de criação de Margem. A peça estreia-se este sábado no CCB, em Lisboa, e chegará depois a Braga, Torres Novas, Aveiro, Porto e Ovar.