O corte de madeira queimada pelos incêndios que afectaram o pinhal de Leiria e consumiram 80% da Mata Nacional, cerca de 9000 dos 11.000 hectares, já arrancou. A madeira cortada está a ser posta à venda pelo Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas e que deverá render ao Estado cerca de 1,5 milhões de euros, escreve o Jornal de Notícias nesta segunda-feira.

No total foram vendidos 61 lotes em hasta pública que correspondem a uma área superior a 1700 hectares e cerca de meio milhão de árvores. Serão aproveitadas árvores de maior porte e mais valiosas, numa primeira fase, seguindo-se as árvores de menor porte, que serão direccionadas para centrais de biomassa, detalha o mesmo jornal, citando o Ministério de Agricultura.

O plano de corte será apresentado nesta segunda-feira pelo presidente do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas na Marinha Grande, um dos concelhos afectados pelo incêndio. Cidália Ferreira, presidente da Câmara da Marinha Grande, pede um reforço orçamental do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas, bem como do reforço dos recursos humanos afectos ao pinhal de Leiria. A autarca defende ainda que parte do pinho queimado seja usado para construir um Museu da Floresta e que as verbas obtidas com a venda da madeira queimada sejam canalizadas para o processo de reflorestação e reabilitação da mata.

Também um movimento de cidadãos organizou uma petição para exigir ao Governo que o dinheiro resultante da venda da madeira queimada seja todo aplicado no pinhal de Leiria.

Entre as espécies mais vendidas estão o pinheiro-bravo, que constitui a grande maioria do lote, mas também acácias, eucalipto, carvalhos e castanheiros.

Dois incêndios que consumiram grande parte do pinhal de Leiria, a 15 de Outubro, tiveram mão criminosa, apurou a Polícia Judiciária de Leiria.