Três mortes causadas pelos incêndios estão por contabilizar, diz o Jornal de Notícias

As famílias das três vítimas garantem que as mortes foram causadas indirectamente pelos incêndios e acreditam que deveriam ser contabilizadas na listagem oficial divulgada pelo Governo.

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Se se confirmar a ligação, o número de vítimas mortais sobe para 48. Ainda há dois desaparecidos ADRIANO MIRANDA

Existem três mortes causadas indirectamente pelos incêndios de 15 e 16 de Outubro que não foram contabilizadas na lista de 45 nomes divulgada pelo Governo, avança nesta sexta-feira o Jornal de Notícias. As famílias das três pessoas que perderam a vida e não foram contabilizadas pelo executivo – Aristides Rocha (94 anos), Joaquim Costa (66 anos) e Maria Oliveira (85 anos) - acreditam que as mortes foram causadas pelos incêndios e já denunciaram a omissão dos nomes ao Ministério Público, aguardando resposta.

O Ministério da Justiça promete “analisar todas as situações” de mortes que não constem na lista oficial, mas admite que os casos terão de ser “resolvidos por via judicial”, noticia o JN. Na listagem contam vítimas “que foram encaminhadas para o hospital com vida e sinais de lesão física causada pelos incêndios”, como “queimaduras, intoxicações pelo fumo, traumatismos resultantes de colisões na fuga”, e ainda cadáveres “recolhidos nas áreas ardidas”.

O Ministério da Justiça acrescenta ainda que não significa que “não possa haver algum outro caso em que se estabeleça o nexo causal com os incêndios”. Se se confirmar a ligação, a listagem aumentará para os 48 nomes. No entanto, a lista poderá aumentar ainda para os 50 nomes, uma vez que ainda há duas pessoas desaparecidas: “Rui Costa, que desapareceu de Folgosinho da Serra, em Gouveia, no dia 16, e Libânio Cardoso, um idoso de 70 anos natural de Troviscal, na Sertã”, noticia o mesmo jornal.

Quanto às três vítimas mortais indirectamente ligadas aos incêndios, Maria Célia Costa contou ao JN que o marido, Joaquim Correia Marques da Costa (66 anos) morreu na madrugada de 16 de Outubro quando se encontravam no largo da aldeia refugiados do fogo com o resto da população, tendo sofrido um ataque cardíaco.

Paulo Rocha relembra a noite em que tentou apagar as chamas que cercavam a casa do pai, Aristides Fernandes Rocha (94 anos) que o observava à janela, em S. Vicente de Lafões, Oliveira de Frades. Aristides sentiu-se mal e acabou por morrer no Hospital de Viseu, vítima de AVC.

A terceira vítima, Maria da Encarnação Cordeiro de Oliveira, tinha 85 anos e residia em Castinçal, São Pedro de Alva, concelho de Penacova. Morreu em casa da sobrinha, quando caiu das escadas ao tentar refugiar-se do fogo na cave. 

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