Quando os grilos são transformados em farinha, isso é... pão finlandês

À procura de novas fontes de proteínas, cinco países europeus estão a criar e a comercializar insectos para uso alimentar.

Padeiros da Fazer a confeccionar o pão de insectos
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Padeiros da Fazer a confeccionar o pão de insectos Reuters
Os grilos (no frasco da direita) antes de serem transformados em farinha (no frasco da esquerda)
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Os grilos (no frasco da direita) antes de serem transformados em farinha (no frasco da esquerda) Reuters
O pão feito com farinha tradicional a que é acrescentada a de insectos
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O pão feito com farinha tradicional a que é acrescentada a de insectos Reuters
A empresa finlandesa Fazer tenciona estender a novidade a todas as lojas
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A empresa finlandesa Fazer tenciona estender a novidade a todas as lojas Reuters

As padarias Fazer, na Finlândia, lançaram nesta quinta-feira o primeiro pão feito a partir de farinha de grilo. Não é de trigo nem de centeio, nem de alfarroba ou milho, mas de insecto. Há cinco países europeus que estão já a criar e a comercializar insectos para uso alimentar, diz a Reuters. 

Segundo a empresa alimentar finlandesa este é o primeiro pão à base de insectos do mundo. É feito de farinha de grilos secos, bem como de farinha de trigo e sementes, e contém mais proteína que o pão de trigo normal. Cada pão contém cerca de 70 grilos e custa 3,99 euros, em comparação com os 2 a 3 euros que custa um pão de trigo normal na Finlândia. Por cá, pode comprar pão de trigo a 1 euro.

"Ele oferece aos consumidores uma boa fonte de proteína e também proporciona uma maneira fácil de se familiarizarem com alimentos à base de insectos", defende Juhani Sibakov, chefe de inovação nas Padarias Fazer, citado pela Reuters, acrescentando que a receita está a ser desenvolvida desde o Verão.

A necessidade de encontrar mais fontes de alimento e o desejo de tratar os animais com maior humanidade são duas das razões por que aumentou o interesse em usar insectos como fonte de proteína. Assim, este mês, a Finlândia juntou-se a outros cinco países europeus – Grã-Bretanha, Holanda, Bélgica, Áustria e Dinamarca – ao permitir que os insectos sejam criados e comercializados para uso alimentar.

Os consumidores não se queixam e, depois de experimentarem, dizem que não sentem diferença. "Tem sabor a pão", resume Sara Koivisto, uma estudante de Helsínquia, ouvida pela Reuters.

Para já, o pão só vai ser vendido em 11 lojas da Fazer, em Helsínquia, mas no próximo ano chegará a todo o país. A farinha é comprada na Holanda, no entanto, a panificadora espera, em breve, comprar os insectos a produtores locais. A Fazer é uma empresa familiar que, no ano passado, teve vendas de cerca de 1,6 mil milhões de euros, mas não avança quais as suas perspectivas para este novo produto.

A ingestão de insectos, ou entomofagia, é comum em grande parte do mundo. As Nações Unidas estimaram no ano passado que pelo menos dois mil milhões de pessoas comem insectos e mais de 1900 espécies são usadas para alimentação.

Nos países ocidentais, os insectos comestíveis ganham força em nichos de mercado, particularmente entre aqueles que procuram uma dieta isenta de glúten ou que desejam proteger o meio ambiente, porque os insectos agrícolas usam menos terra, água e alimentos do que a criação tradicional de animais como o gado bovino, suíno, caprino ou as aves.

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