Militares norte-americanos proibidos de consumir álcool após novo acidente fatal

Somam-se os casos de acidentes e crimes envolvendo militares dos EUA no Japão.

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Uma das várias bases militares norte-americanas em Okinawa LUSA/HITOSHI MAESHIRO

As Forças Armadas norte-americanas proibiram todos os seus militares no Japão de consumirem bebidas alcoólicas, depois de um soldado de 21 anos embriagado ter estado envolvido num acidente de viação que causou a morte a um homem de 61 anos no arquipélago de Okinawa na madrugada de domingo.

Fontes da polícia de Naha, capital de Okinawa, indicaram à BBC que foram registados níveis de álcool no sangue do militar norte-americano três vezes superiores ao limite legal. O veículo conduzido pela vítima mortal ficou destruído. O militar saiu ileso do acidente.

“É extremamente lamentável que este acidente tenha acontecido apesar de o Governo japonês ter repetidamente pedido que haja a aplicação de medidas preventivas e cumprimento da disciplina”, disse o secretário-geral do Governo japonês, Yoshihide Suga, em conferência de imprensa. As Forças Armadas dos EUA já lamentaram o sucedido e garantem que estão dispostas a colaborar na investigação ao acidente. O soldado norte-americano ficou detido e foi aberto um processo-crime.

“Até nova ordem, o consumo de álcool está proibido. Isto inclui residências e locais públicos como bares e discotecas e hotéis”, lê-se no comunicado oficial emitido pelas forças militares norte-americanas no Japão, onde é sublinhado que todos os militares em território nipónico estão igualmente proibidos de comprar álcool.

Cerca de metade das tropas norte-americanas no Japão encontram-se na ilha de Okinawa, onde estão cerca de 26 mil elementos. Ali enfrentam uma crescente hostilidade por parte da população local, que aponta para frequentes situações de criminalidade protagonizadas pelos militares estrangeiros, incluindo furtos, agressões e condução sob efeito do álcool. E há também registo de crimes sexuais graves: em 1995, três militares norte-americanos violaram uma menina de 12 anos. Em 2008, a vítima foi uma rapariga de 14 anos e, em 2012, dois militares norte-americanos assaltaram e violaram outra mulher.

Em 2016, milhares de japoneses manifestaram-se contra a presença norte-americana depois de outro caso de violação e homicídio de uma mulher de 20 anos em que um militar foi detido. Na altura, foi decretada uma proibição temporária do consumo de álcool e um recolher obrigatório à meia-noite. 

A presença militar norte-americana no Japão remonta ao final da II Guerra Mundial, quando Tóquio declarou a sua rendição após o bombardeamento nuclear de Hiroxima e Nagasaqui.

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