Japoneses rejeitam aumento de base norte-americana

O referendo seguiu-se
a um protesto
que tinha havido na véspera em Zama contra os militares
dos Estados Unidos

A cidade japonesa de Iwakuni rejeitou ontem em referendo os planos de alargamento de uma base dos fuzileiros norte-americanos existente na região. E a votação tornou-se símbolo da resistência local à reestruturação das forças norte-americanas no país, onde elas totalizam 47.000 soldados. Mais de 43.000 rejeitaram o esquema proposto e apenas pouco mais de 5.000 foram a favor.Não é obrigatório respeitar o resultado desta consulta popular, mas de qualquer modo o desfecho foi uma grande dor de cabeça, tanto para as autoridades japonesas, como para as norte-americanas.
A reorganização, de modo a reduzir o número geral de militares num território ocupado depois da II Guerra Mundial, em 1945, fora combinada entre Tóquio e Washington em Outubro do ano passado.
Cerca de 2.000 habitantes de outra cidade, Zama, a sul de Tóquio, tinham protestado sábado contra os planos de se elevar o número dos soldados norte-americanos na zona. Cerca de 300 seriam aumentados aos 1.150 que já lá se encontram.
O protesto foi apoiado pela câmara municipal, pelos deputados do círculo e por associações comunitárias, conforme noticiou a Associated Press.
"Os habitantes de cidades que têm bases norte-americanas têm estado desde há muito sob forte pressão por amor da segurança nacional", disseram os organizadores da manifestação.
As propostas norte-americanas são actualmente no sentido de desviar 57 aviões e 1.600 militares para a base de Iwakuni, 720 quilómetros a sudoeste de Tóquio.
À população foi perguntado se apoia ou se opõe ao projecto, num raro exercício de democracia directa, precisamente numa altura em que se está a debater quanto é que o Japão deverá pagar para que os Estados Unidos levem para Guam 7.000 fuzileiros que têm na prefeitura de Okinawa.
Em Iwakuni e outras localidades queixam-se do barulho, dos acidentes e dos actos criminosos associados à existência de bases norte-americanas. Em 1995 três militares norte-americanos violaram uma jovem em Okinawa, um conjunto de centenas de ilhas com mais de 1,3 milhões de habitantes.
Perto de 59 por cento dos 85.000 eleitores da cidade participaram no referendo, convocado pelo presidente o município, Katsusuke Ihara, depois de se ter oposto energicamente à expansão da base. E bastava uma participação de 50 por cento para que os resultados fossem homologados.

Sugerir correcção