Parlamento quer portugueses a consumir mais arroz carolino e menos asiático

Assembleia da República aprovou resolução do PCP para maior valorização do arroz carolino, em detrimento do asiático.

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PCP considera que arroz carolino "é o mais adequado" à gastronomia nacional Rui Gaudencio / Publico

A Assembleia da República aprovou, esta sexta-feira, por unanimidade, uma resolução do PCP que recomenda campanhas de valorização para um maior consumo do arroz carolino português, que sofre uma concorrência crescente de produções provenientes da Ásia.

Na recomendação ao Governo, o PCP salienta que a produção preferencial, em Portugal, é de arroz carolino, que representa cerca de dois terços do total produzido.

"O arroz carolino é aquele para o qual o país e os produtores portugueses estão mais vocacionados e é nesta produção que Portugal faz a diferença. Apesar do país não atingir a autossuficiência, dados os baixos níveis de consumo de arroz carolino, já aconteceu proceder-se à sua exportação", refere-se no projecto da bancada comunista.

No mesmo projecto, o PCP defende que o arroz carolino "é o mais adequado à gastronomia nacional e colhia as preferências dos portugueses".

No entanto, os comunistas lamentam que "diversas campanhas de marketing começaram a 'desviar' essas preferências para outras qualidades de arroz".

"Em Portugal, entra muito arroz importado de países asiáticos com custos de produção muito inferiores. Contudo, esses países produzem arroz 'indica' e não arroz carolino", acrescenta-se na resolução.

Apenas com a oposição do deputado do PAN (Pessoas-Animais-Natureza) André Silva num dos três pontos, o PCP fez também aprovar uma segunda resolução, esta a recomendar a valorização do pescado de baixo valor comercial e uma avaliação dos resultados das campanhas de promoção de consumo de pescado desenvolvidas pela Docapesca.

Para o PCP, o Governo deve proceder a um estudo ou levantamento exaustivo sobre os "fatores que concorrem para aumentar e condicionar a subida do valor do pescado, identificando os factores que são responsáveis pelas margens elevadas dos intermediários entre a lota e o consumidor".

"A partir da avaliação e do levantamento", o Governo deve depois redesenhar as campanhas de valorização e promoção do consumo das espécies de baixo valor comercial e para a quais existe grande possibilidade de captura, como a cavala e o carapau", acrescenta-se na resolução.

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