Óbitos
O homem que destruiu tabus e percebeu que “o céu não ia cair” se as mamas ficassem à mostra
Hugh Hefner, o fundador da revista Playboy e “visionário da sexualidade feminina”, morreu aos 91 anos.
Em 1953, Hugh Hefner era apenas um jovem redactor na revista Esquire. O investimento de 600 dólares (cerca de 510 euros) numa publicação própria e uma fotografia de Marilyn Monroe na capa da mesma revista tornaram-no no fundador de um dos impérios editoriais mais bem sucedidos da história. Perante uma sociedade conservadora e numa época em que os médicos norte-americanos recusavam a pílula a mulheres solteiras, Hefner destruiu os velhos tabus e expôs a sexualidade feminina como nunca antes vista: com classe, irreverência e muito glamour. Na década de 1970, a revista Playboy tinha mais de sete milhões de leitores.
"Ele [Hefner] foi o primeiro editor a perceber que o céu não ia cair e as mães não iriam revoltar-se se ele publicasse imagens de mamas a descoberto", lê-se no artigo publicado em 1967 na revista Time. Há 50 anos, Hefner foi tema de capa da revista norte-americana, que destacou a sua irreverência e génio ao pegar na "revista erótica antiquada e mal vista" e a acrescentar-lhe "brilho, classe e cultura. Provou ser uma fórmula infalível, que os concorrentes mais sofisticados e experientes de alguma forma nunca se atreveram a contemplar", reconheceu a Time.
O magnata morreu na noite de quarta-feira na sua mansão em Los Angeles, de causas naturais. Para trás, deixou a mulher Crystal Harris, 60 anos mais nova, e quatro filhos.