Genro de Trump usou email pessoal para assuntos oficiais da Casa Branca

Jared Kushner é acusado de ter cometido uma infracção semelhante à que acabou por manchar a campanha de Hillary Clinton.

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O genro de Trump é conselheiro na Casa Branca Reuters/Jonathan Ernst

Jared Kushner, o conselheiro presidencial e genro de Donald Trump, utilizou o email pessoal em comunicações com responsáveis da Casa Branca sobre assuntos governamentais. Os factos foram já confirmados pelo advogado de Kushner, Abbe Lowell, avança o Politico, que revela ter tido acesso a 20 mensagens e confirmado a história junto de quatro fontes próximas.

A notícia ganha relevância pelo facto de a utilização de uma conta pessoal de email por parte de Hillary Clinton enquanto secretária de Estado de Barack Obama, posteriormente investigada pelo FBI, ter sido um dos escândalos da campanha presidencial norte-americana de 2016, amplamente explorado por Trump. O então candidato republicano chegou mesmo a pedir a prisão de Clinton.

A apenas 11 dias das eleições, o então director do FBI, James Comey, decidiu reabrir a investigação sobre o servidor privado de email de Clinton, voltando a lançar o assunto na imprensa. Este segundo acto do escândalo, que acabou por não ter quaisquer consequências legais para a candidata, acabou por ser apontado como uma das mais fortes razões para a derrota dos democratas, com a credibilidade da antiga chefe da diplomacia norte-americana a ser questionada a poucos dias da votação.

Agora, é uma das figuras mais próximas de Trump (quer na Casa Branca, quer na família) que confessa ter recorrido ao email pessoal desde o período de transição entre as administrações, em Dezembro de 2016.

Não há, no entanto, indicação de que Kushner tenha trocado informação confidencial através do email pessoal. Em causa, no entanto, poderá estar uma violação das regras de transparência do Governo norte-americano, que determina a preservação e o arquivamento das comunicações dos altos dirigentes. 

De acordo com o advogado de Kushner, foram trocados “menos de 100 emails”, de Janeiro a Agosto, entre o conselheiro e outros membros do executivo. “Eram normalmente notícias ou artigos de opinião, e isso ocorreu mais frequentemente quando iniciava a troca de mensagens enviando um email para o seu endereço pessoal, em vez do endereço da Casa Branca”, justificou Abbe Lowell.

Entre os destinatários e remetentes dos emails estão o antigo chefe de gabinete Reince Priebus, o ex-conselheiro Steve Bannon, o director do Conselho Nacional Económico, Gary Cohn, ou o porta-voz Josh Raffel. 

Esta não é a primeira vez que Kushner, marido de Ivanka Trump, implica o nome da Casa Branca em casos de falta de transparência. O conselheiro é igualmente suspeito de ter solicitado ao embaixador russo em Washington a abertura de um canal de comunicação secreto com Moscovo para escapar ao escrutínio das agências secretas norte-americanas.

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