Refugiados em Avelar, familiares de desaparecidos começam a perceber a dimensão da tragédia

Dezenas de pessoas estão refugiadas nesta aldeia de Figueiró dos Vinhos.

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Em Avelar, concelho de Ansião, junto ao campo de futebol, as dezenas de pessoas que se refugiaram desde a noite de sábado nesta aldeia começam a conhecer os nomes das vítimas do incêndio de Pedrógão Grande. Os contactos com vizinhos ou familiares revelam o pior dos cenários.

A impaciência toma conta dos habitantes das aldeias vizinhas, que desesperam por saber notícias. Filomena Vilar já não consegue contactar os pais desde as 6h00. Está apenas a cerca de 20 quilómetros da aldeia onde habitam, mas longe de saber o que se passa na localidade de Sarzedas de São Pedro. “Estou aqui desde as 22h00 de ontem. Não nos dizem nada, cortaram-nos o caminho e tivemos de passar aqui a noite. Aguardo que alguém da Protecção Civil ou das autoridades nos consiga disponibilizar mais alguma informação”, desabafa.

A habitante é uma de muitas que deixaram as suas casas para procurar refúgio longe das chamas. Outras não conseguiram avançar por causa do corte das estradas. Laurinda Pires estava num convívio em Leiria quando soube que a sua terra estava a arder. “Viemos logo para cá, mas chegámos aqui, eram cerca das 20h00, e já não nos deixaram avançar. Passámos aqui a noite e temos sido ajudados pela população local, que é muito carinhosa”, conta, mais aliviada por saber, pela vizinha, que a sua casa, na Senhora da Piedade, está de pé.

Acompanhada pela cunhada, uma senhora de 80 anos junta as mãos e abana a cabeça. “Nunca se viu nada assim.” Ao lado, Amélia Pires, que contou já com a ajuda de uma assistente social, poucas palavras tem para dizer perante tal “tragédia”.  

Segundo o último balanço, o incêndio deste fim-de-semana matou pelo menos 57 pessoas e feriu mais de 50.

Notícia corrigida às 11h17: Avelar fica no concelho de Ansião e não de Figueiró dos Vinhos

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