A Linha Vermelha dpo Metro do Porto vai ter uma nova estação. Aguardada há uma década, a paragem de Modivas Norte, que servirá os trabalhadores e os milhares de utilizadores do complexo comercial Style outlets, em Vila do Conde, vai ser finalmente construída, num investimento público-privado de 1,2 milhões de euros que deve gerar um aumento de um milhão de validações anuais na antiga linha da Póvoa.

Depois de vários avanços e recuos, a paragem, prevista desde o desenho inicial da rede do metro, vai ser mesmo construída, e a expectativa da Metro é que Já no próximo ano Modivas tenha três estações. Situada junto ao centro comercial Vila do Conde The Style Outlets, a estação vai envolver um investimento global de 1,2 milhões de euros, comparticipado em 50 por cento pelo promotor do outlet, informou esta sexta-feira a Metro do Porto, em comunicado. Com o crescimento da procura previsto, o investimento público será “recuperável em 12 meses”, estima a empresa.

A construção da Estação Modivas Norte resulta de um compromisso entre a Metro do Porto, a Câmara Municipal de Vila do Conde e empresas instaladas no The Style Outlets, sendo que estas vão assegurar metade do investimento total (600 mil euros). Conseguido o acordo entre as partes, que é um primeiro passo, falta obter a autorização formal do Ministério do Ambiente e do das Finanças para o lançamento do concurso público de construção da obra. Este por norma, demora meio ano, seguindo-se mais seis meses para a empreitada. “Se corresse tudo bem, em prazos mínimos, em doze meses ou pouco mais, a estação estaria a funcionar”, admitiu ao PÚBLICO fonte da Metro do Porto. 

O traçado inicial da rede do metro previa a existência, na freguesia de Modivas, de três estações: Norte, Centro e Sul. A Centro e Sul foram inauguradas ainda em 2005. A do Norte nunca saiu do papel. “Embora não existisse [o outlet de Vila do Conde] na altura em que a linha foi construída, sabia-se que estava programado para aquele local esse investimento e essa infra-estrutura”, afirma fonte da Metro do Porto. Mas o projecto nunca arrancou. Em 2011, estação “chegou a estar inscrita no plano de actividades [da Metro do Porto] como um investimento previsto e programado”, a ser concretizado em 2012. No entanto, a empreitada não avançou porque a empresa não obteve a “concordância do Estado”. “Tivemos instruções do governo da altura para retirar esse investimento do plano de actividades porque coincidiu com os tempos mais dramáticos da Troika e da crise financeira”, afirmou a mesma fonte.

A comparticipação do outlet na obra estava já “assegurada” em 2011 mas só agora foi “oficializada”. Segundo a Metro do Porto, como a estação está mesmo ao lado do centro comercial, fazia sentido fazer uma ligação directa, pedonal, entre a futura estação e a entrada do edifício, o que “pressupunha sempre disponibilidade e interesse por parte do promotor privado”. 

Em 2015, cerca de 2,5 milhões de passageiros utilizaram a linha da Póvoa. Um percurso que, partindo da Trindade, tem actualmente 30 paragens, algumas delas com uma utilização muito baixa, e que regista uma procura de altos e baixos, com os dados actuais a ficarem aquém dos registados nos primeiros anos. A Metro do Porto prevê que, apesar de implicar um aumento de minuto e meio no tempo de viagem entre o Porto e a Póvoa de Varzim, a introdução da nova paragem tenha um impacto positivo na procura de, pelo menos, 10%, que se traduzirá “num milhão de clientes adicionais por ano”.

O PÚBLICO tentou, sem sucesso, obter uma reacção da administração do Vila do Conde The Style Outlets, que gere um complexo por onde passam, anualmente, 4,5 milhões de clientes, e que emprega cerca de mil funcionários nas 137 lojas do centro comercial. Face à falta de alternativas de transportes públicos próximos, a empresa disponibiliza um serviço de transporte directo e gratuito entre o centro comercial e a estação de metro Modivas Centro, ao longo do horário de funcionamento. Além disso, os cerca de 2.600 lugares de estacionamento ao seu dispor são muito concorridos, especialmente aos fins-de-semana.

Segundo informa a Metro do Porto, “cerca de 97% das deslocações até ao outlet são realizadas em automóvel”, pelo que a nova paragem de metro poderá também diminuir a afluência de tráfego. Uma vantagem que pode ser perspectivada do ponto de vista ambiental, com a promoção de um meio de transporte sustentável. Texto editado por Abel Coentrão