Ampliação do empreendimento comercial acelerou negociações. Estação Modivas Norte deverá ser uma das mais procuradas da Linha Vermelha

É uma pergunta que muitos utilizadores do serviço de metro da antiga Linha da Póvoa sempre fizeram. Com o movimento de trabalhadores e frequentadores do outlet Factory, por que motivo, tendo em conta que o número de estações entre a Póvoa e o Porto triplicou, não optou a Metro do Porto por construir uma paragem junto a este complexo localizado em Modivas e do qual o canal de metropolitano dista apenas umas dezenas de metros. Anos de negociações depois, a Neinver, promotora do empreendimento, conseguiu um acordo com a Metro do Porto. E no próximo ano vai mesmo haver mais uma estação na agora designada Linha Vermelha.

Quando a estação abrir, vai acabar o perigoso movimento de pessoas que, saindo da estação de Modivas Centro, rumam a pé para norte junto à linha, até ao outlet Nassica. Não era uma situação maciça, mas a Metro reconhece-a como perigosa. No entanto, há muito ainda para fazer até que as composições passem a parar à porta deste enorme complexo comercial.

Conseguido o acordo entre as partes, a Metro do Porto tem ainda que seguir a burocracia normal de qualquer obra: fazer o projecto, lançar um concurso ou consultar o mercado, dependendo do valor do investimento, e avançar com a empreitada. Faltam muitos meses, portanto. No local, o terreno está já preparado para receber a plataforma de uma estação que chegou a fazer parte do projecto inicial da Linha Vermelha, mas que nunca saiu do papel.

Sempre que questionado sobre o assunto, o anterior presidente executivo da Metro, Oliveira Marques, lembrava que, se a quisessem, os espanhóis da Neinver tinham que dar contrapartidas. E, no caso, estas passaram pela cedência de espaços na envolvente da futura estação que garantam uma correcta integração e ligação da mesma à zona comercial, explicou fonte da Metro ao PÚBLICO.

Tram-train ainda sem data

A paragem vai beneficiar sobremaneira os trabalhadores e frequentadores do outlet. E, face ao número de clientes que actualmente utilizam as várias estações da antiga linha Porto-Póvoa, entre esta última cidade e Fonte do Cuco (Matosinhos) - o troço que não é comum a outras linhas do metro do Porto - esta deverá, admite a Metro, ser uma das mais concorridas. Contribuindo, assim, para melhorar os resultados de uma linha que tarda em justificar, com crescimento substancial do número de utilizadores face ao que acontecia no tempo em que ali circulavam comboios, os mais de 250 milhões de euros investidos para lá pôr o metro.

É precisamente para atrair mais clientes que a Metro se prepara para colocar em operação nesta linha os já famosos tram-trains, mais rápidos e com mais lugares sentados. Prometidos, antes das eleições, para Outubro, os veículos ainda andam, afinal, em testes, e não se sabe bem quando entrarão ao serviço. Os tram-trains até podem vir a ser o presente de Natal da empresa aos seus clientes, mas não há, sobre isso, qualquer compromisso. Certo é que a rapidez dos veículos - que nos próximos meses vai ser experimentada, por quem viaja, na maior recta da linha, entre Mindelo e Modivas Centro - acabará por ser travada com a abertura de uma nova estação, a meio deste troço.