Politécnico de Leiria disponível para acolher até 20 estudantes refugiados

Instituição está disponível para receber estudantos refugiados, assegurarando, se necessário, alojamento e alimentação

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Dominic Ebenbichler

O Politécnico de Leiria está disponível para acolher até 20 estudantes refugiados, assegurando, se for necessário, alojamento e alimentação, disse esta segunda-feira o presidente da instituição, a primeira do ensino superior a aderir à Plataforma de Apoio aos Refugiados.

"Pareceu-nos que face a toda esta tragédia humanitária, o Instituto Politécnico de Leiria, enquanto instituição humanista que forma cidadãos, não podia ficar indiferente", afirmou Nuno Mangas. Em declarações à agência Lusa, Nuno Mangas adiantou que a instituição conta com 11 mil estudantes e lecciona 46 cursos de licenciatura, mais cerca de 40 cursos de mestrado, oito dos quais em Inglês, além de cursos técnicos superiores profissionais.

"Face a todo este leque de ofertas, não podíamos deixar de dizer 'estamos aqui para ajudar, para colaborar' a minorar este problema, a encontrar algumas soluções e permitir que estudantes que interromperam os seus estudos os possam retomar", declarou o responsável, explicando que a instituição tem "condições para receber entre dez a 20 estudantes sírios". Quanto ao número e o apoio em concreto, "vai depender muito da realidade das famílias que chegarem a Portugal", defendendo ser necessário haver "uma congregação de esforços".

"Esperamos conseguir outro tipo de apoios, de outras entidades da região e das cidades onde estamos presentes, para que consigamos acolher estes estudantes da melhor forma", notou o presidente do Politécnico, reconhecendo que, "em função da realidade de cada estudante", terá de ser encontrado "um suporte de resposta". Segundo Nuno Mangas, se for um estudante que está inserido numa família a questão do alojamento e da alimentação estará facilitada, admitiu, reiterando que só conhecendo a realidade de cada refugiado será possível ter respostas adequadas.

Primeira instituição na PAR

Nuno Mangas acrescentou que no ano lectivo 2013/2014, respondendo a um apelo do ex-Presidente da República Jorge Sampaio, o Politécnico aderiu à Plataforma Global de Apoio aos Estudantes Sírios, tendo acolhido dois alunos daquele país. "No período em que estiveram connosco correu bem. Eram os únicos dois que estavam cá, distantes da sua comunidade e acabaram por pedir para ir para Lisboa. Por isso é que, desta vez, entendemos que era preferível acolher um número um pouco maior número de estudantes", observou.

Segundo Nuno Mangas, o Politécnico de Leiria foi a primeira instituição de ensino superior a aderir à Plataforma de Apoio a Refugiados, de organizações da sociedade civil portuguesa, para apoiar os refugiados face à actual crise humanitária.

A Universidade de Coimbra demonstrou junto do Conselho Português para os Refugiados a sua disponibilidade para receber estudantes refugiados, disse na sexta-feira fonte da assessoria de imprensa da instituição. "A Universidade de Coimbra já abordou a presidente do Conselho Português para os Refugiados", demonstrando "disponibilidade para receber estudantes", referiu a mesma fonte, adiantando que a instituição está agora a estudar as condições desse acolhimento e a "logística necessária" para receber estudantes refugiados, bem como "as suas necessidades".

A Europa enfrenta a mais grave crise migratória desde a segunda guerra mundial, com mais de 430 mil pessoas a terem entrado no continente este ano, a maioria das quais procurando refúgio da guerra e repressão em países como a Síria.

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